Esta última eleição para o Conselho Deliberativo do Grêmio seria apenas mais um dia na vida de um clube?

Até a pé nós iremos!
E fomos.
A pé, de ônibus, carro, camionete.
Um trazendo panfletos impressos em casa, no escritório, outro as camisetas feitas na "vaquinha". Um trouxe a lona, outro o gazebo, um a churrasqueira, outro a carne e, todos, a vontade de mudar o Grêmio.

Para o que der e vier!
A chuva começou cedo, muito cedo.
Das 3 chapas, a menor estrutura era a nossa, pelo menos no mundo material.
A chapa 1 contou com uma infra clássica de campanha político-partidária: um candidato(?), militância paga e muito, muito material entre camisetas, bandeiras e impressos.
A 2 também veio com muito recurso, material de primeira qualidade, "santinhos" personalizados de cada integrante da chapa (180!) e grandes nomes como o ídolo Iúra fazendo frente para arrecadar votos.
No coração... O coração era nosso! Por mais que a 2 fosse de grandes gremistas que tomavam também chuva na cabeça, dava para ver, era nítido que o coração naquela campanha era nosso.

Mas o certo é que nós estaremos...
Nem toda a água que caía, o frio cortante, a pressão de um caminhão de dinheiro sobre nossas cabeças, o papel molhado, os gritos, a voz que sumia, a sacanagem da boataria rasteira e, de novo, a água...água que se misturava com lágrimas...nada nos demovia.
Mas havia terminado...

Com o Gremio onde o Grêmio estiver!
Extasiados, exaustos, fatigados, encharcados, um a um, de todos os cantos das áreas próximas do grande Estádio Olímpico fomos nos reunindo em frente ao nosso simples e firme QG.
Um misto de silêncio resignado com sentimento de dever cumprido estava no ar.
Os camisas brancas se olhavam, se observavam, se abraçavam...

Grêmio! Grêmio! A chapa 3 é torcedor!!!
E, então, o hino de um grande clube foi entoado com todas as restantes forças existentes defronte ao largo de um grande campeão, fazendo jus a uma história que perdurará para além das politicagens, dos interesses pessoais, exatamente porque existe gente com esta que, ali, agora, misturava seus gritos roucos com um choro compulsivo, de um soluçar sem tamanho, somente para terminar e dizer mais uma vez...
COM O GRÊMIO ONDE O GRÊMIO ESTIVER!!!

E o pátio aplaudiu.
Pronto, vencemos.
E o resultado do pleito?
Bom, este é só o começo...

Obrigado do fundo do meu coração a todos aqueles que juntos empenharam uma grande luta, digna e pura, por um objetivo comum, por uma paixão, sem se deixar abater pelas dificuldades e sempre acreditando que seria possível.
Valeu mesmo!