quarta-feira, 30 de abril de 2008

Diga-me com quem andas...

Do RS Urgente


Quem não sabe quem é Lair Ferst? Ele é uma figura da mais alta periculosidade”.
Sanchotene Felice, prefeito de Uruguaiana (PSDB)

Conheço a ficha do Lair. Quando eu estava no Palacinho ele era proibido de entrar. Jamais o recebi”.
Antonio Holhfeldt (PMDB), ex-vice-governador do RS

É um companheiro”.
Governadora Yeda Crusius (PSDB)

terça-feira, 29 de abril de 2008

Documentário independente sobre Transexualidade ganha o 8º Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade



A Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo criou, há oito anos, o Prêmio "Cidadania em Respeito à Diversidade" visando premiar os fatos mais significativos para a comunidade GLBT brasileira no cenário político, social e cultural.

Na categoria Vídeo o premiado desse ano é o documentário Questão de Gênero, por abordar a transexualidade de uma maneira muito bonita, buscando apreender a vivência de sete pessoas transexuais, a partir de seus cotidianos e histórias, de um jeito livre de estereótipos.

A premiação se dará no dia 22 de maio na Praça da República em São Paulo, na 8ª Feira Cultural GLBT.


Sobre o filme:
Questão de Gênero
(clique aqui para acessar o site do filme - informações, contatos, fotos e vídeos)

Questão de Gênero acompanha a vida de sete pessoas que, em comum, têm o sentimento de que nasceram em um corpo que não era seu. Homens que nasceram mulheres, mulheres que nasceram homens contam como se descobriram transexuais e como buscam viver em sua verdadeira identidade de gênero.

O documentário Questão de Gênero foi produzido de maneira independente, na ponte Porto Alegre - São Paulo, ao longo de 1 ano. A característica principal é uma equipe pequena que procurou realizar um trabalho com qualidade, livre para a experimentação, objetivando a produção de conteúdo que venha a contribuir na discussão da transexualidade.

Porquê a transexualidade?

Transexuais são alvos de muito preconceito. Estes vindos de heterossexuais, homossexuais e travestis demonstrando a grande dificuldade em entender o que é ser um transexual, pois é quase sempre confundida com travestismo e tratada como uma "opção", quando, na verdade, se trata de uma condição inerente à pessoa, conflito de identidade de gênero-corpo. Comumente definida como uma alma de mulher aprisionada em um corpo masculino, ou "vice-versa".

Além dos conflitos internos de identidade, o transexual tem que enfrentar um longo caminho de adversidades para alcançar condições básicas de vida. O longo e penoso processo de avaliação antes de obter o laudo para a cirurgia de redesignação sexual: psicoterapia, terapia hormonal; cirurgias plásticas e, ainda, outras batalhas como a alteração dos documentos, a aceitação da família, da sociedade e do mercado de trabalho.

Mas o que sentem as pessoas transexuais? Como foi suas infâncias e adolescências? O que querem? Como vivem num mundo que não as entende como realmente são?

domingo, 27 de abril de 2008

Jardel

Comentário de andre:

Faz pouco, assisti no Globo Esporte, a entrevista de Jardel, confesso que me emocionei, por ver ali, um ídolo de adolescência numa situação difícil. Jardel, foi, para mim, o maior centroavante que vestiu a camiseta gremista (não assisti Alcindo, André Catimba, Baltazar só em fim de carreira no Goiás). Num determinado momento da entrevista, Jardel veste a camiseta tricolor, e notadamente se emociona, senti o que presumo ele sentiu, saudades! Por toda essa história, Jardel tem o direito de voltar ao Olímpico, se não para marcar gols inacreditáveis, para se recuperar da doença que o atormenta faz tempo,a dependência química. E qual melhor lugar para se recuperar do que onde se sentimos amados e respeitados? Sei que o Grêmio não é hospital, mas poucos são Jardel,capaz de por mais de 4 anos, manter uma média de 1 gol por partida(e tinha gente que dizia que fora do Grêmio, Jardel não se criava!). MÁRIO JARDEL, UM MITO NA HISTÓRIA DO TRICOLOR! QUE SAUDADES!

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Perdendo a noção do ridículo

O medo das patacoadas dos governos Esgotto e Yoda Crusius Credo estão fazendo surgir ataques insanos à figura de Olívio Dutra.
Pois senão vejamos o que La Vieja tem a dizer sobre isso:

Sobre desproporções

Rosane de Oliveira, a abelha-mestra do jornalismo político farrapo, dias atrás mostrava-se preocupadíssima em esclarecer o suposto mistério em torno da compra da casa da governadora Yeda Crusius (PSDB), logo após o final da campanha eleitoral de 2006.

Ofereceu-lhe espaço para esclarecimentos em seu blog e em sua coluna de jornal. Provavelmente, nunca um governador gaúcho teve tanto espaço na mídia para explicar determinadas suas ações.(...)

Estranhamente, no entanto, não há hoje sequer uma linha em (...)seu blog, sobre as declarações dadas hoje, à CPI do Detran, pelo delegado Luiz Fernando Tubino, que afirmou existirem "informações da Operação Rodin dando conta que o lobista tucano Lair Ferst (um dos principais acusados de pertencer à quadrilha) pagou R$ 400 mil da casa comprada pela governadora Yeda Crusius (PSDB) no final de 2006, logo após o segundo turno da campanha eleitoral".

Por que esclarecer esse assunto aparentemente não mais preocupa Rosane de Oliveira? O depoimento de Tubino não é relevante para o esforço de esclarecê-lo?

Em compensação, hoje em seu blog a depuradora de melífluos sabores alimenta o factóide criado pelo deputado federal Índio da Costa (DEM-RJ) em torno do uso dos cartões corporativos pelo então ministro das Cidades, Olívio Dutra (PT). Segundo da Costa, Olívio teria agido com má-fé ao supostamente propositadamente ocultar seus gastos em uma padaria de Brasília, e isso em função das notas fiscais apresentadas não discriminarem as compras, mas somente valores globais: "Pelo raciocínio do parlamentar", afirma ZH e endossa Rosane de Oliveira, "o ministério valeu-se de um estratagema para ocultar o que foi realmente comprado: nas notas fiscais em poder da CPI aparece apenas o valor global, discriminado como 'gastos com alimentação'. As notas fazem referência a cupons fiscais, desconhecidos pela CPI e pelos órgãos de controle. Esses cupons trariam a descrição dos itens adquiridos".

O valor global em questão? R$ 970,00.

Não que utilizar indevidamente pequenas quantias seja algo tolerável e moralmente desculpável, o que nem de longe o é, mas sim que o valor se refere a 8 meses de compras na referida padaria, pagos em 03 parcelas. Donde, as 3 notas fiscais com valores globais referidas por da Costa, uma de R$ 240, outra de R$ 280 e uma de R$ 450, entre outubro de 2004 e junho de 2005. R$ 107,00 por mês, para sermos mais específicos.

"(...) estratagema para ocultar o que foi realmente comprado" com R$ 970,00 em 8 meses? Mas onde é que nós estamos? Olívio Dutra não podia servir o melhor presunto da padaria por ser um bagual de São Luiz Gonzaga, mas Yeda Crusius pode viajar aos EUA, fingindo estar a trabalho pelos interesses do estado, sem que isso preocupe o Grupo RBS, que inclusive desloca comitivas a fim de acompanhar seus passeios in loco?

Segundo nota do PT gaúcho, assessores de gabinete do ministério das Cidades teriam adquirido, nessas compras, pães e outros alimentos para promover coletivas de imprensa com café da manhã, em Brasília.

Ninguém lanchava ou tomava chopinho com lobista, portanto.

A nota de R$ 450,00 teria chamado muito a atenção de da Costa, que não sabe o que assessores de Olívio Dutra poderiam ter comprado com tanto dinheiro. "Vinho, cachaça ou uísque?", debate-se da Costa, ajudado por Klécio Santos, jornalista de ZH em Brasília, Rosane de Oliveira e a própria ZH.

O Grupo RBS dá um dedo por qualquer informação que macule a imagem de Olívio Dutra, provavelmente o mais honesto político da história republicana brasileira.

Enquanto isso, nenhuma palavra, nem em ZH, nem na coluna e nem no blog de Rosane de Oliveira sobre o depoimento de Tubino, que afirmou ter informações de que Lair Ferst teria pago R$ 400 mil, e não R$ 970,00, pela casa nova da Rainha.

A Rainha das Pantalhas está nua?(...)


Leia a íntegra clicando aqui.

Apertando o Culau

Azá Yoda Crusius Credo...
Imaginem se fosse o Olívio o governador, que gritaria não estaria rolando?
Certo que ia ter crucificação em praça pública.

Do RS Urgente:
Culau toma chopp com Lair. Delegado diz que lobista deu R$ 400 mil para casa de Yeda

A madrugada desta sexta-feira foi marcada por dois acontecimentos explosivos envolvendo as investigações sobre a ação de uma quadrilha no Detran gaúcho. O delegado de polícia Luiz Fernando Tubino afirmou, na CPI do Detran, que tem informações da Operação Rodin dando conta que o lobista tucano Lair Ferst (um dos principais acusados de pertencer à quadrilha) pagou R$ 400 mil da casa comprada pela governadora Yeda Crusius (PSDB) no final de 2006, logo após o segundo turno da campanha eleitoral. Segundo Tubino, a casa foi comprada do consultor Eduardo Laranja, dono da Self Engenharia, empresa que seria uma das maiores devedoras do Banrisul.

(...)Segundo ele, há duas torres gêmeas que precisam ser derrubadas na política gaúcha. “O Banrisul e o Detran são duas torres que precisam ser investigadas e derrubadas. Isso vai mudar para melhor a vida política do Rio Grande do Sul”, garantiu.(...)

O segundo acontecimento foi o encontro inusitado do secretário de Planejamento do governo Yeda, Ariosto Culau, com Lair Ferst, ontem à noite, no Shopping Total. Os dois foram flagrados por repórteres do jornal Zero Hora ”tomando um chopp e comendo um peixe”, como disse Culau. “É um momento difícil. Lair, quero dizer que sou teu amigo e isso significa que quero te apoiar pessoalmente neste momento pessoalmente”, disse o secretário a Lair, segundo relato da jornalista Marciele Brum.(...)


Leia a íntegra clicando aqui.


Do Diário Gauche:

Yeda sente o chão mole a seus pés

Está havendo um pequeno, mas sensível deslizamento na base de aliados do governo tucano no Rio Grande do Sul. A RBS sai da ortodoxia de apoiar Yeda Crusius em qualquer circunstância e passa a oscilar num movimento pendular de vaivém. A Operação Rodin e a CPI do Detran minam cada vez mais as forças de um governo anêmico e vacilante, cuja titular comete o erro primário de adquirir uma casa valiosa às vésperas de assumir a direção do Estado.

Hoje, ZH chega a abandonar sua militância PIG, ainda que num relâmpago, para fazer um jornalismo comme il faut, ao informar sobre o estranho encontro entre o secretário Culau e o indiciado e super-lobista Lair Ferst (foto). Aliás, a governadora, se agisse como se espera do ocupante da cadeira do robespierreano Júlio de Castilhos, mandaria o ingênuo Ariosto Culau ir tomar chopp para sempre longe da secretaria e perto dos seus amigos temerários.(...)


Leia a íntegra clicando aqui.


Sendo assim, uma perguntinha se faz pertinente: mas será que esse fedor todo que está levantando no governicho da rainha vem da sujeira do Culau?

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Direção do Grêmio: patética e varzeana

Não bastasse ficar 15 dias SEM FAZER NADA após as eliminações no Gauchão e Copa do Brasil, a direção do Tricolor segue em sua cruzada contra a torcida, agora com tentativas massivas de desmoralização.
Tá no Correio do Povo de hoje:
Adversário do Grêmio não treinou
Ivoti, primeiro teste para o Brasileirão, não vai treinar porque seus jogadores trabalham e estudam

(...)O palco do amistoso será o estádio dos Eucaliptos. É bem verdade que o nome já não é mais tão atual como antes. 'O pessoal cortou todos os eucaliptos que existiam aqui, agora não tem mais nenhum. Mas a gente plantou algumas mudas de figueiras, então tem lugar com sombra', esclarece o tesoureiro do clube, Luís Carlos Hick. A cota a ser paga pelo Ivoti não é revelada, porém o dirigente adianta que não é muito alta, mas o suficiente para despesas como o transporte.
'É coisa de compadre, há uma amizade antiga com os dirigentes do Grêmio', afirma Hick, tesoureiro do clube que tem o escudo praticamente igual ao do Inter, apenas trocando o vermelho pelo azul.


"Coisa de compadre", esse é o projeto de futebol dessa direção.
A arena do Odone é a Araribóia...

Documentário da Catarse sobre camelôs da Praça XV estréia na Big (até 27/Abr)

A mostra de filmes Big - A Metrópole no Século XXI, que entra em sua segunda semana na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar), promove a pré-estréia do documentário gaúcho Anos de Pedra, de Júlia Aguiar, na quinta-feira, dia 24 de abril, às 19 horas. Anos de Pedra tem como objeto o Camelódromo da Praça XV. O filme de Júlia Aguiar apresenta o local como o corpo de uma coletividade. Trata-se do único título da mostra dedicada a refletir sobre a metrópole contemporânea que se debruça sobre Porto Alegre, abordando justamente uma das mais polêmicas ocupações do centro da capital gaúcha.

Ao ocupar a rua, o espaço público, o comércio informal instalado na Praça XV transforma o lugar em espaço intenso de venda, de compra, de criatividade na luta pela sobrevivência. Uma imensa instalação, repleta de história e histórias. Quem são as vozes do Camelódromo? Os seus agentes, atores, protagonistas, trabalhadores? É isto o que o documentário de Júlia Aguiar procura revelar ao espectador ao longo de seus 88 minutos de duração.

Após a sessão, que tem entrada franca, acontece um debate com a participação da diretora Júlia Aguiar, do jornalista Wladymir Ungaretti, de Fernando Fuão - PROPAR/UFRGS, e de Alfonso Limberger e Alemão da Rifa, estes últimos lideranças dos camelôs da Praça XV.

Além da sessão de pré-estréia na quinta-feira, Anos de Pedra também será exibido no domingo, dia 27 de abril, às 17 horas.

Anos de Pedra. Direção de Júlia Aguiar. Ano de produção: 2007. Duração: 88 minutos.

Fonte: Secretaria da Cultura de Porto Alegre

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Mais do mesmo (pro Renato Russo se revirar na cova)

Pois os tempos no Grêmio não mudaram.
São os mesmos.
Infelizmente, depois dos vitoriosos anos Felipão, a casa caiu e não voltou mais a ser bem levantada.
Uma engembrada após a outra e apenas 2 títulos importantes desde 1996 (se considerarmos 1997, porque dava para excluir esse ano, pois o time era praticamente o mesmo do Felipão, daí ficaríamos apenas com 2001).
2005 foi uma FAÇANHA EXTRAORDINÁRIA, não um título importante.
Alguma semelhança pelas redondezas?
São 12 anos, então, e duas Copas do Brasil.
12 anos e as mesmas pessoas se revezando na direção.
12 anos e para 20 faltam apenas 8...
1979 encerrou uma era no Rio Grande do Sul.
E iniciou uma derrocada impressionante de um time que tinha tudo para alcançar as estrelas do céu do futebol internacional e que por incompetência administrativa só não afundou mais em razão de costuras políticas e ações de bastidores em federações locais, na CBF e com outros clubes (vide caso Paysandu).
Isso mostra que incompetência mesmo era no trato com o futebol, porque para várias outras coisas...
Então, de 1979 a 2005 foram 26 anos.
26 anos e um único título importante.
26 anos e as mesmas pessoas se revezando na direção.
Nesse meio tempo, surgiram novos ricos na cidade, famílias se tornaram tradicionais, pintaram novos líderes no cenário político do estado, mas o time...
Pobre torcidinha... Amargurava decepções e mais decepções.
Gozação nos colégios, nas ruas, na arquibancada.
Foi preciso uma mudança radical no rumo administrativo e um planejamento de clube de futebol para os louros cruzarem avenidas da cidade e caírem nas cabeças daqueles que fazem, hoje, a maior história futebolística que a beira-lago já viu.
Alguma semelhança na derrocada?
Novos ricos, lideranças políticas proeminentes...
E futebol?!
Nada!!!
Mudança já!
Que os políticos se retirem dos quadros diretivos do Grêmio.
Que surjam novos nomes, novas visões, novos projetos.
Que o FUTEBOL seja o fim, e não o shopping-center...

A derrocada Tricolor

"Quero ficar, mas acho que a direção não quer mais", comentou Eduardo Costa.

No Terra.

Casa da Dinda 2, a missão

Clique na imagem para vê-la maior.

terça-feira, 22 de abril de 2008

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Adeus, colorados!

A vitória de Fernando Lugo acabou com mais de 60 anos de domínio político do Partido Colorado no Paraguai.
Nessas mais de 6 décadas, o país definhou e hoje é considerado o segundo mais pobre da América do Sul.
Mas a vitória do ex-bispo pode se constituir em uma retomada da soberania dos Estados sul-americanos.
Chávez, Rafael Correa e Evo Morales têm efetuado modificações estruturais em seus países buscando uma reconquista da autonomia dos mesmos com relação à dominação internacional (leia-se estadunidense).
E Lugo se elegeu com o discurso de forte valorização da coisa pública paraguaia.
A exemplo de Morales, na Bolívia, com os hidrocarbonetos, o paraguaio vai forçar renegociação com o Brasil no caso da energia de Itaipu.
Os "imperialistas" da mídia corporativa brasileira já estão chiando por aí e colocando o bode na sala cobrando "resposta forte" de Lula...
Bom, o fato é que novos - e bons! - ventos sopram pras bandas da América do Sul.
Como tem muita gente por aqui com alergia a povo e a democracia, vorazes vozes vão se levantar contra essa retomada da autonomia dos países sul-americanos.
Mas são só vozes...
As mudanças nesses países são feitas de ações e os resultados estão sendo visíveis no cenário internacional.
Brasil e Argentina podem se somar ao movimento, mas precisam evoluir a partir dos governos estabelecidos na atualidade.
Lula e a dupla Kirchner apenas são contenção de um pensamento entreguista que tomava conta dos dois maiores países destas plagas.
Agora, com o terreno preparado, com o mar revolto da economia - e das especulações - mais calmo, está na hora de ações mais drásticas no sentido de modificar estruturalmente a realidade destas sociedades.
Mas será possível isso por aqui?
Passa por 2010?
Ou extrapola as fronteiras das eleições?
O fato é que o Brasil foi um dos únicos países em que não houve rompimento com o seu processo de ditadura militar.
O plano seguiu certinho, seus 20 anos, e a distensão lenta e gradual ocorreu sem grandes crises, com o poder passando de mãos militares para civis sem sair da mesma classe.
E isso soma à dificuldade de mudança real, pois é necessário um grande trabalho de reconstrução de conceitos e reconquista do já estabelecido e consolidado em uma sociedade de cultura superficial, deficiente na educação e com o lema do levar vantagem em tudo como dogma principal.
Fica muito difícil quando a esperança fica além fronteira...

Aqui embaixo, via RS Urgente, a história sendo escrita no Paraguai nas letras do Celeuma:

A vitória de Fernando Lugo

Clarissa Pont escreve desde Assunção: “A confirmação da vitória de Fernando Lugo ocorreu por volta das nove horas da noite de domingo, quando os dez pontos percentuais de diferença que separavam a Aliança Patriótica para a Mudança do Partido Colorado indicavam ser inviável uma reviravolta nos resultados. Neste momento, observadores internacionais presentes no Hotel Granado, centro de Assunção, onde Lugo concedeu a primeira coletiva de imprensa como virtual presidente, estavam atentos à contagem de votos transmitida pela televisão”.

No mesmo hotel, Fernando Lugo concedeu uma coletiva de imprensa na qual foi apresentado como virtual presidente. “Há alguns meses, nenhum de nós sonhava que isso poderia ter acontecido. Um grupo de sonhadores políticos colocou o país em primeiro lugar”, disse.
(Foto: Eduardo Seidl)


Clique aqui para ler mais.

3 vezes Yoda: Crusius Credo!

*clique nas imagens para vê-las maior



sexta-feira, 18 de abril de 2008

Por favor, né?! Não tem mais nada acontecendo no Brasil?

Segue um apanhado de trechos que me chamaram a atenção no meio de alguns artigos do Terra Magazine:

de Cláudio Leal

"Assassinos! Assassinos! - Uma senhora se enrosca num poste e dá uma parcela de sua voz: "Assassinos!". Berros do coro greco-paulista em novo clímax da tragédia da garota Isabella, que caiu do apartamento do pai, na zona norte de São Paulo, em 29 de março. A rua do 9º DP, no bairro do Carandiru, volta a ser palco, e tribunal...
...Potentes carros da polícia paulista envolvidos na operação sugerem que a segurança pública da capital se limita, hoje, ao depoimento-espetáculo...
...E mais "assassinos!". Outros sorrisos. Inseparáveis. O casal já entrou na delegacia, mas a folia do depoimento ainda motiva gritos. Jornalistas se encaixam em qualquer fresta suficiente para registrar o menor movimento. Habilidade semelhante à de um atirador de elite. O número de repórteres, cinegrafistas, produtores e fotógrafos, às 10h40, supera o de curiosos"...


de Diego Salmen

"Em frente à delegacia, uma manada de repórteres, cinegrafistas e produtores à cata de informações. São mais de 30 carros de reportagem; estima-se mais de 100 profissionais em ação. Câmeras, gravadores e microfones em punho, trocam idéias entre si enquanto esperam, pacientemente, pela chegada do casal...
..."Parece um show", critica a cabeleireira Jerry, dona de um salão em frente ao distrito e que vem sendo utilizado pela imprensa para a captura de imagens no local. Na assistência, quatro helicópteros sobrevoam a área em busca do melhor ângulo...
...Jerry cobrou aproximadamente R$ 500 de cada uma das equipes instaladas na varanda do estabelecimento. "É, foi por aí", desconversa sobre o valor, rindo. Estavam presentes Gazeta, Band, Globo, Record e Grupo Estado"...
...João e Chico vendem chapéus e cintos em frente ao DP por R$ 15 cada. Os chapéus são de lona, os cintos de couro. Ele não contava, no entanto, com a avareza da classe jornalística. "Não vendeu nada", resigna-se João...
...- Olha a água, água, água! Água é R$ 1,50 e refrigerante é R$ 2, olha a água, água, água - grita outro vendedor"...


E tá feito o circo! Enquanto isso outras crianças inocentes continuam morrendo no anonimato. Infelizmente a única que lucra com isso continua sendo a imprensa criminosa.

A lamaceira do Detranduto da Yoda

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Eleições presidenciais no Paraguai e as artimanhas da direita

Último comício de Ovelar expôs irregularidades coloradas

O comício de fechamento de campanha da candidata do Partido Colorado, Blanca Ovelar, expôs de forma desavergonhada o uso da máquina pública na campanha e criou clima de amedrontamento nas ruas de Assunção na noite desta quarta feira, dia 16.

(...)Enquanto a Miss Paraguai María José Maldonado Gómez cantava no palco acompanhada por músicos locais, eram jogadas ao público carteiras de cigarros com o emblema da Lista 1. Assim que a repórter de Carta Maior fotografou, com uma câmera de telefone celular, um menino com o recém conquistado pacote, foi abordada por um militante colorado e forçada a apagar a fotografia. "Isso não pode parar na imprensa. Sabemos que vocês vão colocar esta foto nos jornais brasileiros", disse o militante que não se identificou. A partir daí, a intimidação aos dois repórteres cresceu até que consideraram melhor deixar o local. Dois homens seguiram por alguns instantes a equipe, até que saísse do entorno do palco.(...)


Acessa o CELEUMA e confere a cobertura das eleições presidenciais deste domingo no Paraguai.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

OUTRO OLHAR NO JORNALISMO DA TV BRASIL

A CATARSE também está nessa!

No ar desde dezembro, o quadro Outro Olhar é o espaço da sociedade no jornalismo da TV Brasil. Ele exibe vídeos, com conteúdo informativo, de colaboradores de todo o país.

É um espaço inédito e diário de conteúdo cidadão, como reportagens, entrevistas ou imagens. Parte do que é exibido (a duração média dos vídeos é de 3 minutos) está nos sites:

http://www.tvbrasil.org.br/reporterbrasil/outroolhar.asp
http://www.agenciabrasil.gov.br/ [em vídeos]
http://www.youtube.com/watch?v=7yp66ANo6S4
http://www.youtube.com/watch?v=RX36GA3SgQU&feature=related
http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=971

Estamos avançando na comunicação participativa e colaborativa. E, se você acredita nesse direito, participe, agora e sempre, da construção do jornalismo público na TV Brasil. Envie seu vídeo!

Como sugestão para estas semanas, para este mês, se pensaram em pautas que merecem o olhar cidadão.

SAÚDE PÚBLICA
Mote/gancho - Dia Mundial da Saúde (7/04), que será tema durante todo o mês.
Há uma variedade de temas relacionados, como o crescimento de casos da dengue e da febre amarela, os males do cigarro, a saúde de idosos, o atendimento no SUS, as mortes de crianças indígenas, o trabalho de voluntários etc. O IMPORTANTE É TRAZER A PERSPECTIVA DE SUA COMUNIDADE SOBRE A SAÚDE, QUE É ASSUNTO DA PAUTA NACIONAL.

INDÍGENAS
Mote/gancho - Dia do Índio (19/04).
NESTE MÊS, vamos retratar amplamente tudo o que envolve um cidadão indígena brasileiro. Sua saúde, suas culturas, suas manifestações tradicionais, seu modo de viver e olhar a vida. Cabe o factual, como a situação da Raposa Serra do Sol, onde pode haver um novo conflito. Cabe a denúncia da exploração sexual de crianças e mulheres indígenas. Cabe a beleza e a sabedoria, toda a nossa diversidade e brasilidade no contexto indígena.

ALIMENTAÇÃO, um direito
Mote/gancho - Conferência Regional da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação de 14/04 no Brasil.
Vamos trazer pra realidade os temas que o mundo debate, como as ações globais e emergenciais da Iniciativa América Latina e Caribe sem Fome.
PODEMOS MOSTRAR:
- a realidade dos pequenos agricultores, vulneráveis aos preços dos alimentos;
- a persistência da fome ao nosso lado, com situações presentes em todo o Brasil;
- a economia solidária e o trabalho de cooperativas;
- as saídas criativas das comunidades, sejam para se alimentar, para se sustentar ou para promover um mundo sem fome.

TRABALHO
Mote/gancho - Dia do trabalho, do Trabalhador (a), 1/05.
É um desafio mostrar as diversas faces da trabalhadora e do trabalhador brasileiro. E de que forma eles sem “viram”, formalmente ou informalmente. Mostre o que é esse “sivirismo”, por exemplo. Ou, outro exemplo, quem é o jovem trabalhador brasileiro.
Uma pesquisa da FINEP vai mostrar como funciona o mercado de trabalho para jovens em cinco comunidades carentes do Rio de Janeiro: Rocinha, Queimados, Vila Aliança, Alemão e Caju. Dados preliminares indicam que as funções que mais absorvem jovens são as chamadas ocupações não manuais de rotina, como vendedores, demonstradores, caixas e auxiliares de escritório. As ocupações técnicas e artísticas, principalmente o serviço militar, também absorvem uma parcela significativa. VAMOS MOSTRAR ESSA REALIDADE NO BRASIL!
http://www.finep.gov.br/o_que_e_a_finep/a_empresa.asp?codSessaoOqueeFINEP=2

MEIO AMBIENTE
Mote/gancho - Conferência Nacional de Meio Ambiente de 08/05
O Outro Olhar começou em dezembro estimulando uma pauta sobre meio ambiente, sobre as MUDANÇAS CLIMÁTICAS. O tema permanece como principal assunto. Além de mostrar as mudanças e as conseqüências, se souber, retrate também experiências de educação ambiental, que podem servir de exemplos.

Essas são apenas idéias. Participe e mostre suas idéias!
Abraços da equipe do Outro Olhar, e escrevam pra gente pra viabilizarmos as produções (formas de envio, formatos e pautas):

Adriano de Angelis (articulação, adrianodeangelis@radiobras.gov.br)
Alessandra Bastos (pauta, alessandras@radiobras.gov.br)
Janaina Rocha (pauta, edição e coordenação de produção, janaina.rocha@radiobras.gov.br)
Jefferson Matoso (produção e técnica, jefferson.matoso@radiobras.gov.br)
Larissa Gomes (produção e pauta, larissa.jesus@radiobras.gov.br)

terça-feira, 15 de abril de 2008

Sobras de campanha

Do RS Urgente, mais uma do gornicho Yoda:

O deputado estadual Paulo Azeredo (PDT) perguntou a Chico Fraga se ele tinha conhecimento da existência de sobras de recursos da campanha de Yeda Crusius (PSDB), em 2006. Azeredo citou um depoimento do delegado Luiz Fernando Tubino à Polícia Civil, segundo o qual “resíduos de campanha” da candidatura tucana teriam sido usados para comprar uma casa na rua Araruama, em Porto Alegre. Tubino também teria dito que as denúncias sobre o escândalo do Detran “não dariam em nada”, porque tudo já estaria acertado.

O secretário-geral da prefeitura de Canoas disse não saber nada sobre “sobras de campanha”. Azeredo insistiu: “Quem sabe, então?”. “O tesoureiro deve saber” respondeu Chico Fraga. “E quem era o tesoureiro?” – emendou o deputado. “Acho que era o Bordini”. Rubens Salvador Bordini foi nomeado vice-presidente do Banrisul pela governadora Yeda Crusius.

Admirável Mundo Novo

Comentário de Marcus Carvalho no post anterior:

A idéia que o bloqueio é a causa pelos problemas econômicos na Ilha-Prisão é uma mistificação. O problema é o socialismo. Mesmo o dinheiro dos Europeus e dos Latino Americanos a população continua sofrendo. Cuba é um regime brutal e devemos todos combatê-lo. Quem quiser ser cúmplice das suas atrocidades deve pagar o preço. Os EUA estão certos.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Estados Unidos bloqueiam Cuba na Internet

Mais de 500 empresas cubanas ou internacionais que operam sites que oferecem links relacionados a Cuba foram afetadas por bloqueios a mais de três mil sites de Internet que utilizam o domínio funcional ".com", em função das leis norte-americanas de embargo a Cuba. Entre as páginas bloqueadas estão as de empresas do Brasil, Canadá, Espanha, França, Itália, Japão, México e Panamá.

Independentemente da maior ou menor eficácia que uma medida como a mencionada possa implicar, ela torna manifestos certos problemas que ainda não foram resolvidos, ou o foram apenas parcialmente, com relação à Internet e seu funcionamento, tais como a possibilidade de adotar medidas disciplinares em um país com relação ao funcionamento de um fenômeno mundial como a Internet e, por outro lado, a maneira pela qual medidas como a que foi mencionada afetam nossa liberdade enquanto cidadãos. Tratemos brevemente de ambos os pontos.

A primeira coisa que se torna evidente é que a medida proposta teria sido adotada pelas autoridades norte-americanas em cumprimento às leis do país. Mesmo assim, a medida se aplica a empresas que operem sites com domínio funcional ".com", independentemente de seu país de origem. Deixando de lado o fato de que, ao adquirirem o domínio ".com", as empresas envolvidas aceitaram se submeter às leis e às autoridades norte-americanas, caberia perguntar se isso ainda assim faculta legitimamente aos Estados Unidos adotar medidas como a que adotaram.

A questão coloca em destaque os problemas de regulamentação de um fenômeno transnacional como a Internet: com base em leis de caráter local, se pretende impor em todo o mundo um determinado critério de justiça, nesse caso o norte-americano. Enquanto não estiver em vigor uma legislação uniforme para o funcionamento da rede, correremos o risco de que continue, em última análise, a imperar a lei de quem dispuser mais meios de se fazer valer, a lei do mais forte - salvaguardadas as cláusulas contratuais, se bem que estas não sejam, muitas vezes, mais que a expressão formal da lei do mais forte acima mencionada.

Mas, ao mesmo tempo, é preciso que consideremos o alcance da medida. Usualmente, a alegação é de que a Internet é independente de qualquer governo determinado, o que lhe propicia imensa vantagem com respeito a outros meios de comunicação. Uma das coisas que mais se ressalta é o fato de que a estrutura técnica que embasa a Internet não depende de qualquer governo. Qual é a semelhança que existe entre esse bloqueio e aquele que as autoridades chinesas impõem aos sites que se opõem às suas políticas? Qual é o alcance de uma medida de bloqueio como a adotada pelos Estados Unidos? O bloqueio de páginas da Web se estende apenas a visitas que se originem de território norte-americano? Ou se aplica a todo o planeta?

Não importa quais sejam as respostas às perguntas anteriores, o bloqueio coloca em dúvida a suposta independência da Internet diante dos governos, e além disso insere as pessoas que implementam tais medidas no lugar que cabe com justiça àqueles que implementam práticas totalitárias e censuram a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa. E isso nos conduz exatamente ao segundo ponto - o efeito adverso desse tipo de medida sobre as nossas liberdades.

O bloqueio tradicional, analógico, afeta o abastecimento de Cuba e seus habitantes, e ao mesmo tempo a possibilidade mesma de empreender negócios com a ilha. O bloqueio online segue a mesma linha, mas afeta ainda mais pessoas, precisamente por afetar uma infra-estrutura mundial como a Internet; por isso, ele afeta nossa liberdades como usuários, e não só porque alguns de nós vêem bloqueada sua liberdade empreendedora, mas também porque muitos outros sofrem cerceamento de sua liberdade de expressão e de pensamento. Pode chegar o dia em que não apenas as páginas de Internet de empresas que comerciam com a ilha sejam bloqueadas, mas também os sites de ajuda humanitária, de intercâmbio cultural e de outras atividades que envolvam contato com os cubanos. Já que algumas coisas foram bloqueadas, nada impede que as demais o sejam igualmente.

O bloqueio de sites com base em um domínio funcional ameaça todo vestígio de soberania estatal mas, ainda pior, desperta recordações de práticas totalitárias por menosprezar a dignidade e os direitos fundamentais das pessoas. Com isso, são os fundamentos mesmos da democracia que estão sob ameaça.


Por Alberto Cerda Silva no Terra Magazine.

Perda total do Estado de Direito

do RS Urgente

A decisão do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), no dia 9 de abril, sobre o Zoneamento Ambiental da Silvicultura (ZAS), foi um ato totalitário, imediatista, irresponsável e obscurantista através da qual o atual Governo do Estado está impondo o licenciamento ambiental para a silvicultura na chamada metade sul do Estado. A avaliação é de Celso Marques, membro do Conselho Superior da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), em artigo publicado no site da entidade.

“Este processo”, escreve Marques, “decisivo para o futuro da nossa campanha, caso não seja disciplinado e normatizado cientificamente, comprometerá de 500 mil a um milhão de hectares dos nossos campos nativos em uma geração. Quando isto acontecer, os atuais gestores da coisa pública já estarão mortos e não poderão mais ser questionados e responsabilizados”.(...)


*o grifo é nosso.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Um novo treinador

Primeiras 24h e nada...
Não consigo imaginar que o pessoal da direção seja tão cabeça dura a ponto de manter silêncio, desviar assunto e apostar no tempo para não mudar absolutamente nada.
Certa vez, um célebre treinador meia-boca - que hoje está nas fileiras do Tricolor da Azenha (sim, o Roth!) - disse uma frase em momento de crise, na qual se esperava sua demissão, mas a direção não fez nada (se não me engano ele estava no interzinho): "Vamos mudar não mudando".
Nossa Senhora...
Eu não vou esquecer!
Apostaria, então, que Rodrigo Caetano, um jovem dirigente que aparentemente entendia de futebol, esteja ligado no mercado de treinadores também.
Desempregados não é boa fonte.
Nesse caso, eu iria com tudo para tentar Caio Júnior.
Ele está no Goiás e, do jeito que estão pagando para o Roth e pagaram o Mancini (leia o Blog Grêmio Imortal 1903, clique aqui), ele vem fácil fácil...
É bom treinador, sabe de estrutura tática e se identifica com o Grêmio.
A direção Tricolor tá pra lá de atrasada. Acho bom correr atrás do bonde que - conscientemente - os mesmos deixaram passar...

Perguntinha

Com um mês sem futebol, sem jogos no Olímpico, teremos isenção de mensalidade?

Grêmio Shopping-Center Porto Alegrense III

A DIREÇÃO DO GRÊMIO NÃO RESPEITA PORTADORES DE DEFICIÊNCIA

Pela depressão e a profunda tristeza que havia me acometido no último domingo resolvi boicotar a minha paixão e deixar de ir ao jogo dessa quarta.
Mas conversei com meu pai e ele iria, então, decidi ir junto.
Meu pai é um senhor batendo na porta dos 60 anos, dos quais 25% ele passou batalhando contra uma seqüência incrível de erros médicos e uma perna podre pendurada.
Tudo isso em virtude de um acidente de carro em 1986, quando um caminhão destruiu seu escort e esmigalhou seu fêmur esquerdo, marcando, ali, no chão da BR-101, próximo a Osório, um futuro duro e de muita luta por um membro e, posteriormente, pela vida.
Foram mais de 30 cirurgias para reconstruir o maior osso do corpo humano, diversos procedimentos patéticos e erros que culminaram com a amputação de sua perna em um momento em que seu corpo estava fragilizado em virtude de uma infecção hospitalar contraída no Hospital Moinhos de Vento.
Mas isso tudo nunca o impediu de acompanhar o Tricolor, de ir ao estádio com um monte de ferros enfiados na perna ou de viajar eventualmente com a gente para Caxias.
Meus pais são a grande razão do meu Gremismo.
Carregavam eu e meu irmão para o estádio desde a gestação.
Literalmente cresci dentro do Olímpico.
Todos os anos de minha vida, pelo menos uma vez, estive lá, na arquibancada.
Meu pai é sócio de longa data - há mais de 30 anos, creio eu.
Hoje, também sou sócio.
Pois nessa quarta iríamos os dois ao jogo, coisa que há tempos não acontecia.
O véio tem um Honda Fit automático, que conseguiu comprar em razão do benefício que lhe dá direito por lei de descontos de até 40% no valor do carro e isenção de impostos.
Chegamos, então, à zona da exclusão e passamos pela barreira dos brigadianos.
Ele iria estacionar lá dentro da área do estádio, há vagas para deficientes ali, em frente ao Portão 1.
Aliás, há uma lei que obriga espetáculos e grandes eventos, além de estabelecimentos como shoppings, terem vagas de fácil acesso para Portadores de Deficiência Física (PPDs).
Pois não é que ontem foi diferente.
Ao chegarmos no portão principal, fomos barrados por um funcionário antigo do clube - o conheço desde meus tempos de escolinha, mas não sei o seu nome.
Ele disse que aquelas vagas de deficientes eram ROTATIVAS!
Que uma pessoa deveria estar guiando o carro, deixar o portador de deficiência ali, naquele "rotativo", e sair.
"Determinação da Direção" - disse.
Determinação da Direção???
Oras bolas, a vaga para PPD é uma DETERMINAÇÃO DE LEI FEDERAL!
Mas não adiantou argumentar, calmamente, e dizer que não foram poucas as vezes que ele usou aquelas vagas...
"Mas o senhor pode estacionar ali, no meio da quadra" - apontou ele para um cidadão que veio correndo até a janela do carro.
"10 reais ali, patrão!"
Os olhos de meu pai entristeceram ali de meu lado.
Ele nem olhou mais para aqueles paus-mandados ali de fora, aliás, todo o externo emudeceu e nada mais parecia ter sentido.
Não se brinca com paixão desse jeito...
"Não quero mais saber desse jogo. Se tu quiser, desce aí, eu vou embora".
"Não, pai. Vou contigo, aqui não fico".
Saímos dali e terminamos a noite em um bar, perto de minha casa.
Achamos a Têmis e um colega de Catarse.
Tomamos umas cervejas e fumamos um charuto cubano.
Do jogo, não falamos e nada acompanhamos.
Quando entrei em casa, liguei a TV.
Os jogadores estavam perfilados para iniciar as cobranças de pênaltis.
Coloquei em mute e assisti absorto à derrocada Tricolor.
Não senti nada. Não fiquei nervoso, nem triste.
Nunca havia me acontecido isso.
Esse desrespeito todo está nos matando...

FORA ODONE!!!
MUDANÇA JÁ!


Para ler sobre o jogo e sobre futebol, clique aqui e acesse o Apito do Blackão (GRÊMIO: SERÁ QUE O PIOR AINDA ESTÁ POR VIR?)

obs: este texto foi enviado á Ouvidoria do Grêmio e a um articulista da imprensa corporativa

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Grêmio Shopping-Center Porto Alegrense II

O último post sobre o assunto foi publicado também pelo pessoal lá do Blog Grêmio Acima de Tudo e eles colocaram algumas considerações.

"Comentamos:
1.O Dr. Hélio Dourado tem falado sempre que pode, sobre todos estes questionamentos.
2.Na reunião de aprovação da escolha da área do Humaitá, foi quase uma voz solitária.
3.Nunca escutaram o Dr. Plinio Almeida o grande arquiteto do Olímpico Monumental, no entanto, gastaram 100 mil euros para contratar uma empresa Holandesa.
4.Vendem uma idéia a torcida totalmente equivocada, pois o entorno da Arena, não trará benefício financeiro algum ao tricolor.
5.Trocaremos 08 ha. numa área já valorizada, por um espaço do tamanho de um estádio Arena.
"

Sendo assim, a partir principalmente da número cinco, seguimos a análise.
Observem a foto abaixo do consórcio vencedor:

Onde estão os campos suplementares???
Em Eldorado do Sul?
Tá, e o projeto do CT, então?! Das categorias de base?
A grande questão que coloco é a ausência de um projeto de futebol que vá dar uma seqüência em conjunto à construção do novo estádio.
Nenhum pio sobre isso, nenhuma linha.
Não é preciso nem mencionar mais que é furada construir a arena lá longe, com um acesso complicadíssimo, pois necessitará de reformas nas BRs, envolvendo os 3 poderes públicos e soluções viárias para os fluxos de horas de pico que acompanham a história de quem estuda em duas universidades localizadas em Canoas e São Leopoldo e de quem trabalha na região metropolitana.
Eu especularia, inclusive, que o que estão de olho mesmo é na valorizadíssima área de 8 hectares da Azenha, que virará moeda de troca nisso tudo...
Pra mim, esse projeto dos portugueses tinha que ser deletado e deveria se falar seriamente em reforma do Olímpico.
Ninguém vai conseguir convencer usando suposições de que é impossível, que é mais caro (essa é difícil de engolir!), enquanto nenhum estudo sério, com assinatura de um engenheiro, arquiteto que o seja, com registro em conselho de classe, apareça e demonstre por "a + b" sua inviabilidade.
Os fatos e os resultados de campo demonstram claramente que estamos nos distanciando cada vez mais do futebol no Grêmio.
Só se fala em política, empresa, escritórios, shopping, praça de alimentação e arena.
A torcida é escurraçada, tem acesso restrito ao próprio espaço (leia no Apito do Blackão), tiram as faixas, bandeiras, afogam o grito pela mágoa que incutem...
No último domingo, um grupo de sócios e torcedores protestou frente ao portão 3.
Mandou Pelaipe, Roth e cia para longe.
Sem violência.
Apenas protesteva sem intimidar.
Eu estava lá.
Havia um grande número de brigadianos que se comportavam como uma gangue, intimando, intimidando, dizenho: "Ou tu sai daí, ou te tiro eu mesmo. Vou te encher de porrada!" (sic).
Os seguranças até que foram razoáveis, mas deram a verdadeira mostra de que o "PROPRIETÁRIO" escrito na carteira de sócio não serve para nada.
Os verdadeiros donos do clube são aqueles que hoje aprontam a sua derrocada.
O cenário é desolador e triste...
Tá ficando difícil.
Por favor, já estão nos matando...

A mídia corporativa constrange

Do blog da Graturck

Serviço Social sem análise de conjuntura não é Serviço Social, é subserviência social.
Profissionais que atuam sem contextualizar sua ação são meros tarefeiros e hospedam a própria opressão.
Dentro dessa lógica, abaixo segue um artigo indignado da Ana Paula, que já foi presidente da FASC, sobre um painel "daqueles" promovido e transmitido ao vivo pela RBS.


Constrangimento...

No último dia 2 de abril, participei junto com outros oito convidados de debate promovido pela Rede RBS sobre o tema do “constrangimento gerado pelos moradores de rua aos cidadãos”.

De lá para cá, venho pensado sobre a experiência e os fatos ocorridos no debate, o que me faz trazer algumas questões para a reflexão.

Parto do seguinte questionamento: o que, em toda a temática, deve causar constrangimento?

Penso que o constrangimento real e concreto é o fato de vivermos em uma sociedade em que muitas pessoas são submetidas a circunstâncias de vida sem a mínima dignidade, a tal ponto de ir para as ruas das cidades mendigarem ou buscar a sobrevivência diária, da forma em que esteja a seu alcance.

Constrangimento é ouvir o Subcomandante da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, Cel. Mendes, dizer que recolhe pessoas, como se fossem lixo, e as leva sem o menor critério, visto que “são um saco de gatos”, para um quartel da Brigada Militar, mantendo-as privadas de liberdade por algumas horas. Trata-se, portanto, de uma autoridade pública de nosso Estado, que prende pessoas, sem estarem em flagrante delito e sem ordem judicial, pelo simples fato de estarem nas ruas. Como se criminalizar a pobreza estivesse no âmbito da sua absoluta discricionariedade, ou no espaço de poder que lhe está delegado institucionalmente.(...)


Leia a íntegra clicando aqui.

terça-feira, 8 de abril de 2008

O novo jeito de escalar um pereba na lateral esquerda

direto do Blog do Kayser

Grêmio Shopping-Center Porto Alegrense

O foco do Tricolor parece a cada dia estar mudando.
Um clube já centenário, que está entre os maiores do mundo, teve toda a sua história escrita no futebol preponderantemente.
Durante décadas se ouviu falar de grandes craques que jogaram e que gostariam de jogar vestindo o sagrado manto Gremista.
O seu estádio foi construído para tomar espaço daquele pavilhão que já não mais sustentava as dimensões de sua torcida.
Nas décadas de 1950 e 1960 o Grêmio amadurecia em sua história.
O projeto do Olímpico Monumental foi exclusivamente desenhado para o futebol.
Se imaginava que, com a casa arrumada, com um excelente gramado e acomodações para dezenas de milhares de Tricolores, o time, então, poderia adentrar às portas da fama internacional no futebol.
E imaginaram certo.
Com imenso apoio da torcida, se levantou um gigante de fazer inveja a quase todos os clubes brasileiros.
E o Grêmio foi campeão, e de novo, outra vez, mais outra...
Sempre se falando em FUTEBOL.
Hoje, aparentemente não é isso que está em pauta.
O Monumental será demolido, e o projeto que o substituirá fantasia a cabeça das pessoas com shopping-centers e prédios de escritórios...
Claro, haverá um outro estádio, mais moderno e tal, mas a que custo?
Não ouvi, nem li - talvez por não ter achado isso - uma palavra ou linha sequer daqueles que defenderam incessantemente e "bancaram" a arena no Humaitá sobre centro técnico de treinamento, sobre campos suplementares...
Vai se estruturar Eldorado do Sul?
Pois o projeto inicial dos portugueses, com a construção na Azenha, contemplava um pequeno estádio para 15 mil pessoas lá.
A adequação, agora, ao Humaitá mantém isso?
Pode até ser que se mantenha, que se vá estruturar um centro técnico, mas o problema é que não se fala nisso.
Teve um presidente recentemente que evitava falar em futebol, falava de ônibus, site... Deu no que deu.
Agora, o foco parece também estar desviado, já que tratar Nunes como peça fundamental e não tirar de jeito nenhum o pior jogador do Grêmio, deslocando-o para a lateral esquerda e queimando pelo menos 2 jogadores do elenco por isso não é futebol de jeito nenhum.
Aliás, alguém me apresenta o empresário do Paulo Sérgio...
E Celso Roth é Celso Roth.
Não adianta.
A chance dele mostrar que havia evoluído nesses últimos anos caiu por terra no domingo.
Não foi qualquer derrota, não foi por desfalques, muito menos pela arbitragem.
Os jogadores também não são culpados.
A mixórdia tática toda quem fez foi o treinador - foi nítido!
Chocolate feio de se ver.
Menos mal que ele cai agora e não em meio a um Brasileirão já em reta de definições...

sábado, 5 de abril de 2008

Oficina de Radialismo Comunitário no Cristal

Neste sábado iniciou-se mais uma oficina no Projeto "Rede Jovem de Cidadania do Cristal" do Ponto de Cultura daquele bairro.
O Radialismo Comunitário vai suceder a Oficina de Vídeo, que eu e a Têmis, juntamente com Rafael e Júlia - a Catarse! - estivemos ministrando.
Foram 5 semanas desmistificando a produção audiovisual, levantando questões políticas e éticas e dando impulso à produção própria, com a cara da comunidade, com as características dos anseios daquele local.
Os participantes foram os mais variados, desde universitários (da Famecos e da ESPM) que viram o release no jornal e se interessaram por não encontrarem esse tipo de espaço na universidade, até professora de ensino médio e moradores do Cristal.
Da oficina sairão 2 vídeos: um geral sobre o trabalho no Ponto Quilombo do Sopapo, e outro sobre contrastes sociais no bairro.
Tema, aliás, que demonstrou ser uma grande preocupação dos participantes em virtude de um futuro incerto que se desenha para a comunidade a partir da remoção de inúmeras famílias que construíram sua história por ali e que, agora, com a construção do shopping, se vêem obrigadas a deixar o local.
As incertezas são muitas.
A intenção é a veiculação desses dois vídeos como um só na TV Cristal - canal 11 da NET -, mas a divulgação via Youtube está garantida!
Assim que prontos, postaremos por aqui...
Tem mais um sábado ainda de oficina e, depois, a edição.
Inclusão Digital na veia!

Mais informações no site da Guayi, ou clicando aqui.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Mídia coorporativa se embanana toda. E agora, José?

Correio do Povo:
(...)Lula saiu em defesa de Dilma durante almoço em homenagem ao presidente da Eslovênia, Danilo Turk, no Itamaraty. 'Alguém encontrou um osso de galinha e tentou vender que tinha uma ossada de dinossauro. Na hora de saber o tamanho do dinossauro, perceberam que era um franguinho', afirmou. O presidente ressaltou estar tranqüilo, apesar de triste, e reconheceu ser possível que o responsável pelo vazamento jamais seja descoberto. Acrescentou que trata-se de fato lamentável para o país. Sem citar nomes, referiu-se a notícias de que 'há senadores que participaram disso'. O senador Álvaro Dias, do PSDB, afirmou ter visto o dossiê, mas considerou 'criminoso' o vazamento.

Clique aqui para ler no site do jornal (só para assinantes)

Terra Magazine:
Álvaro Dias admite que foi fonte da Veja

Clique aqui para ler a íntegra

A Viagem

O nível da direita brasileira

Clique aqui embaixo e dê uma olhada nas lideranças daqueles que têm ideologizado todos e quaisquer debates nos últimos anos do Brasil.

http://terratv.terra.com.br/templates/channelContents.aspx?channel=2481&contentid=195156

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Pessimismo realista

Por indignação decidi dar um tempo no assunto "Grêmio".
Não tá dando pra ver o time em campo e ouvir o extra-campo sem perceber que alguma coisa está errada.
Mas eu continuo indo ao estádio, continuo vendo os jogos, torcendo, gritando, enlouquecendo...
Ah! E pagando a mensalidade...
30 minutos do segundo tempo no Serra Dourada e o Tricolor está levando um chocolate.
Arbitragem péssima - mas que DE JEITO NENHUM INFLUENCIA NO RESULTADO - e treinador piada me atacam os nervos.
Sem falar em Paulo Sérgio, constrangedor, e Hidalgo, uma anedota.
O 11 precisa de pelo menos 4 titulares e um treinador novo.
Sob pena de meu pessimismo virar realidade...

Atualizando: gol do Roger (que, na minha visão, jogou 70% da partida bem), sorrisinho no meu rosto, bom resultado para a volta, mas as críticas mantenho.

Ainda sobre a ditadura e seus apoiadores

Essa vem via RS Urgente.

Em defesa dos homens de bem

Marcelo Duarte publicou na Vieja Bruja mais um registro histórico das relações entre a RBS e a ditadura militar. No dia 8 de maio de 1964, o jornal Zero Hora afirmou em editorial:

"Na hora presente, a comemoração do fim da segunda grande guerra mundial tem, pois um expressivo significado para o Brasil, que acaba de enfrentar, também vitoriosamente, uma outra batalha: a de impedir que os comunistas se apoderassem do poder, transformando o nosso país numa nova Cuba, com o sepultamento do regime democrático e das nossas tradições de povo religioso e livre (...) REJUBILEMO-NOS, pois, com o duplo significado que tem para nós brasileiros, a comemoração do aniversário da vitória dos países aliados na segunda grande guerra" (Os grifos são de Marcelo).

Além disso, vale a pena ler o que La Vieja escreve sobre o debate promovido pela RBS hoje sobre o "constrangimento" causado pelos moradores de rua aos homens e mulheres de bem. O reacionarismo e a hipocrisia dessa gente não tem limite mesmo.

A grande mídia e o golpe

via Diário Gauche

Passados 44 anos do golpe, todos se apresentam como democratas. Para um jovem, hoje, portanto, sobra sempre a pergunta: "Se todos eram democratas e se opunham à ditadura, quem deu o golpe e quem manteve o regime?

A primeira resposta que lhes virá à cabeça será: "Os militares".

Foi esta a versão que acabou por se firmar. Versão construída e difundida pela grande mídia, com o apoio e a serviço de banqueiros, grandes industriais, monopólios comerciais, grande capital internacional, governo dos EUA e uma série de classes e setores de classes que, juntamente com essa mesma grande mídia, conspiraram contra as reformas de interesse popular defendidas pelo governo do presidente João Goulart. Esse mesmo conjunto de civis que se locupletaram com o regime instaurado em 1964 e o alimentaram.

É certo que setores majoritários da mais alta hierarquia das forças armadas conspiraram lado a lado com aquelas forças, e lhes serviram de braço armado no 31 de março. Além disto, ao longo dos anos de chumbo, militares se prestaram a fazer o "trabalho sujo", reprimindo, prendendo, torturando, assassinando e ocultando cadáveres de opositores. Mas, ainda aí, não estiveram sozinhos: é sobejamente conhecido o financiamento por empresários para a construção e manutenção do aparato repressivo, bem como as denúncias sobre a presença de industriais atuando nas salas de torturas.

Mas nossa elite econômica tem hábitos semelhantes aos de alguns felinos, que costumam ocultar suas imundícies. E um dos seus setores, os oligopólios da comunicação, é o principal instrumento do transformismo.

Com o fim regime, esses oligopólios midiáticos cuidaram de transformar os militares em bois de piranha, enquanto nos bastidores se articulavam para participar, com os seus colegas empresários financiadores do aparato da repressão, do novo banquete. Para isto venderam aos incautos a idéia de que o golpe e o regime foram obra de um estamento (forças armadas), ocultando seu caráter de classe.

Desde sempre golpista, vejamos como a grande mídia se dirigiu ao país em seus editoriais do dia 2 de abril (como o golpe foi desfechado na noite de 31 de março para a madrugada do dia 1º de abril, a maioria dos jornais tratariam o assunto apenas em 2 de abril).


O Globo (RJ)

"Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas (...) para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem. Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas (...) o Brasil livrou-se do Governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições. (...) Poderemos, desde hoje, encarar o futuro confiantemente (...) Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares, que os protegeram de seus inimigos. (...) Aliaram-se os mais ilustres líderes políticos, os mais respeitados Governadores, com o mesmo intuito redentor que animou as Forças Armadas. Era a sorte da democracia no Brasil que estava em jogo.(...) A esses líderes civis devemos, igualmente, externar a gratidão de nosso povo.(...) Se os banidos, para intrigarem os brasileiros com seus líderes e com os chefes militares, afirmarem o contrário, estarão mentindo, estarão, como sempre, procurando engodar as massas trabalhadoras, que não lhes devem dar ouvidos(...) .


Jornal do Brasil (RJ)

"Desde ontem se instalou no País a verdadeira legalidade ... Legalidade que o caudilho não quis preservar, violando-a no que de mais fundamental ela tem. (...) A legalidade está conosco e não com o caudilho aliado dos comunistas.(...)"Golpe? ノ crime só punível pela deposição pura e simples do Presidente. Atentar contra a Federação é crime de lesa-pátria. Aqui acusamos o Sr. João Goulart de crime de lesa-pátria. Jogou-nos na luta fratricida, desordem social e corrupção generalizada". (1º de abril)


O Estado de Minas (MG)

"Multidões em júbilo na Praça da Liberdade. Ovacionados o governador do estado e chefes militares.O ponto culminante das comemorações que ontem fizeram em Belo Horizonte, pela vitória do movimento pela paz e pela democracia foi, sem dúvida, a concentração popular defronte ao Palácio da Liberdade".


O Dia (RJ)

"A população de Copacabana saiu às ruas, em verdadeiro carnaval, saudando as tropas do Exército. Chuvas de papéis picados caíam das janelas dos edifícios enquanto o povo dava vazão, nas ruas, ao seu contentamento"


Tribuna da Imprensa (RJ)

"Escorraçado, amordaçado e acovardado, deixou o poder como imperativo de legítima vontade popular o Sr João Belchior Marques Goulart, infame líder dos comuno-carreiristas-negocistas-sindicalistas. Um dos maiores gatunos que a história brasileira já registrou, o Sr João Goulart passa outra vez à história, agora também como um dos grandes covardes que ela já conheceu"


O Povo (CE)

"A vitória da causa democrática abre o País a perspectiva de trabalhar em paz e de vencer as graves dificuldades atuais. Não se pode, evidentemente, aceitar que essa perspectiva seja toldada, que os ânimos sejam postos a fogo. Assim o querem as Forças Armadas, assim o quer o povo brasileiro e assim deverá ser, pelo bem do Brasil" (3 de abril)


O Cruzeiro (RJ)

"Sabíamos, todos que estávamos na lista negra dos apátridas - que se eles consumassem os seus planos, seríamos mortos. Sobre os democratas brasileiros não pairava a mais leve esperança, se vencidos. Uma razzia de sangue vermelha como eles, atravessaria o Brasil de ponta a ponta, liquidando os últimos soldados da democracia, os últimos paisanos da liberdade" (O Cruzeiro – revista semanal – 10 de abril)


Já imaginaram se a revista Veja existisse naquela época?


Editorial do jornal Brasil de Fato, de ontem.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Arte Engajada

Mais uma da Catarse:
Olá!
Chegamos até o cartunista Latuff para conversar sobre cultura livre, como parte de uma reportagem especial para a TV Brasil. Uma versão da entrevista foi publicada no jornal Brasil de Fato, na edição de 20 a 26 de março. Aqui, ela está na íntegra: http://agenciasubverta.blogspot.com/2008/03/arte-engajada_27.html.

Queríamos a palavra do artista que tem sua obra exposta nos folhetos zapatistas no México, no muro dos campos de refugiados palestinos no Líbano, nas revistas dos sindicatos coreanos, nos livros bielo-russos sobre anarquismo e em tantas outras causas humanistas de peso na atualidade. Era preciso saber como ele encara toda essa influência do seu trabalho militante sendo negociado somente pelo valor da imagem e das idéias que elas trazem. Mas ouvimos mais. Latuff, além de construir novos padrões de compartilhamento da cultura, assume o engajamento político como essência de sua arte.

Alguns techos da entrevista: O Chico Caruso, num debate aqui na UFRJ, disse que não sou cartunista, sou ativista. Que quero botar fogo no mundo, enquanto ele e outros cartunistas como Jaquar e essa turminha querem construir uma mídia democrática para o Brasil: rá, rá, rá. O papel da arte não é ser correia de transmissão de políticas reacionárias. A arte que vale a pena hoje é aquela que questiona exatamente esses modelos. Ela tem que te colocar na parede, tem de fazer você sentir. Não precisa ser o tempo toda engajada, mas falta arte engajada.

Eu questionava se a charge poderia ser, de fato, um agente transformador. Eu pensava: “Porra, mas é só um desenho na revista, num jornal, na internet. Um desenho não pára um míssel, não pára uma bala”. Mas aí, conversei com um cara, em Gaza. Ele me fez lembrar que um dos heróis do povo palestino é um cartunista: Najir Al Ali. Então pensei: “Caralho, é isso. Realmente faz diferença. A arte levanta a moral quando você está na crise, é um tapa no ombro, é um afago na hora que você precisa”. Essas imagens apresentam uma visão diferente da grande imprensa burguesa e corporativa. São aquelas verdades inconvenientes que eles não querem que sejam vistas, mas a internet consegue quebrar esses bloqueios midiáticos. Muita gente vai soltar foguetes quando eu bater as botas, vai abrir champagne no dia em que eu morrer. Num site chamado Likudnik, me ameaçaram dizendo que Israel já deveria ter cuidado de mim de um jeito ou de outro.

Se consegui viver até hoje, comer, foi graças à imprensa sindical. Com meus pontos de vista, jamais poderia trabalhar na grande imprensa. A não ser que eu fosse uma espécie de Arnaldo Jabor, que me vendesse. Eu achava que ter um passado guerrilheiro era credencial para alguma coisa. Porra nenhuma! Que aí, os caras ficam velhos e viram a casaca fácil! Como se essa coisa da queda do muro fosse a desculpa que precisavam: “Não tem mais a disputa ideológica de esquerda e direita… os tempos mudaram… agora é democracia”. Aí, os caras abrem as pernas. E vai trabalhar onde? Na Globo, para de repente bater nos movimentos que, no passado, ele tinha afinidade ideológica.

Neguinho bate no Chavez 24 horas! É uníssono. Não é possível que num país enorme como o Brasil, de norte a sul, todas as emissoras só batam no Chavez. Não pode haver essa unanimidade, tem de ter um contraponto. Até nos EUA, que são aquele monte de reaça, você tem contraponto. Sobre a guerra do Iraque, sobre a questão palestina, em Israel você tem o contraponto. Você não vê um puto de um artista fazer concerto pela Palestina. Diversas outras campanhas que você possa imaginar, eles fazem: Darfur, as baleias, aquecimento global, o caralho de asas, mas você nunca tem da Palestina. Eu espero que os artistas sejam tocados, porque a situação está muito feia. As idéias fascistóides estão brotando do chão como erva daninha, estão ganhando espaço, sendo bem recebidas pelas pessoas. A grande mídia tem servido de alto-falante para essas coisas. É preciso voltar a incomodar. E a ideologia vai sendo colocada na nossa bunda no entretenimento, mas ninguém sente.


André de Oliveira
Catarse - Coletivo de Comunicação

Santiago