quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O que me apavora...

E, se no final das contas, for só isso mesmo?
Será que a finitude da vida se resume apenas a sua própria beleza?
Olhar para o céu é simplesmente incrível, qualquer hora que seja, qualquer tempo que esteja, a beleza é inigualável, seja nas formas das nuvens, no azul infinito de um dia ensolarado ou no escuro iluminado pela lua, com os pingos de estrelas a deflagar a imensidão.
É tudo muito belo, muito perfeito.
Até mesmo o que o próprio homem constroi, até mesmo o que ele destroi, até mesmo onde ele vive é cheio de beleza para todos os lados.
Os olhos veem, olhos tão perfeitos como a própria natureza...
Me apavora pensar que seja só isso...
Será que somos apenas o resultado de uma equação matemática que colocou em alinhamento o calor e água? Que fez a distância se tornar perfeita, que trouxe as combinações necessárias para que o belo todo este se visse, enfim, como belo?
Não pode ser, não pode.
Me apavora pensar que o azul do céu é só azul, uma cor...

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Biutiful = beautiful!!!

Alejandro Iñárritu é sem dúvida nenhuma um dos talentos no século XXI do cinema que se pode chamar de mainstream. Flertando bastante com a indústria hollywoodiana, o diretor mexicano traz no seu cartel filmes como Amores Brutos e Babel, em que explorou a imagem do queridinho Gael Garcia Bernal - execelente ator! - de maneira majestral e, agora, com esta linda obra que é Biutiful, usa a figura do premiadíssimo e também queridinho da hora, o espanhol Javier Barden - sensacional ator!
E Biutiful é isso, um filme conceitual de diretor, que tem as impressões digitais de Iñárritu do início ao fim. Uma câmera nervosa, sem pretensões de grandes enquadramentos, segue os personagens em sua jornada pelos obscuros guetos de Barcelona, uma cidade-babilônia, cheia de imigrantes ilegais - chineses, africanos... - tentando a sua sorte em uma das tantas lands of opportunities da vida. Ali, encontramos o espanhol Uxbal, agenciador dessa mão-de-obra barata, pai de família, que perdeu seus laços paternos pelas mãos do ditador Franco, trazendo na sua história a reflexão da paternidade, das responsabilidades e da sua relação com a morte.
Um filme sensível, profundo e lindo.
Demais.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Título massa, filme sensacional

Eternal Sunshine of the Spotless Mind
Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças


Uma das poucas vezes que os tradutores de títulos de filmes não assassinaram o nome do mesmo, ainda bem, foi nesta maravilhosa obra que - para muitos - surpreende pela atuação de Jim Carey. O atorzinho babaca aquele das caretas infinitas detona ao lado de Kate Winslet, num drama pesado, de roteiro perfeito, das idas e vindas de um sentimento maior do que os meros encontros e desencontros de uma vida, digamos assim, comum.
E se você pudesse recomeçar a sua vida? Não renascer, mas apagar o que doi demais neste momento e reiniciar o pensamento livre de torturas? Talvez você não aguente a lembrança da morte de um ente querido ou de um amor perdido, talvez você esteja numa espiral de sofrimento que o coloca em um estado de profunda depressão que a única solução seja mesmo apagar memórias e viver como se nada tivesse acontecido.
Mas será que isso é possível mesmo? Será que as coisas são simplesmente gravadas apenas na cabeça?
Pois Brilho Eterno, com roteiro do excelente Charlie Kaufman, é uma viagem às profundezas do ser, trazendo à tona uma visão interessante de como as pessoas se enxergam e como problemas mundanos podem acabar com histórias bonitas de vida.
No final, vai ficar a questão se o que vale mesmo não seria o simples desejo de estar junto... Será?


Filmaço!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Show da Bataclã, 14 anos, sensacional!

Fiz o registro em vídeo de todo o show, nesse domingo, no Teatro de Arena.
Muito massa.
Passa lá no site da banda e curte umas fotos - clique aqui.
Aqui em baixo 3 novas músicas lançadas agora.

[Crenças a Céu Aberto - baixar]


[Tijolo do Morro da Fumaça - baixar]


[Pixaim - baixar]

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Justin Shit

Fiquei quase 20 minutos num ônibus no entorno do Beira Rio, parado no que era o horário próximo de abertura dos portões para o show do Biber.
Antes já havia visto por uma semana gente acampada na grama do Marinha esperando por hoje.
Pelamordedeus.
Essa cultura de massa podre... As coisas estão ficando cada vez mais efêmeras, mais lixo e mais manipuladoras.
Ordas de garotinhas parecendo sair de propagandas de lojas de shopping centers, todas iguais, alucinadas pra passar uma ensolação de mais de 3 horas pra depois ouvir playback de um produto enlatado estadunidense.
Os pais dessas crianças precisam urgentemente ler menos Zero Hora, assistir menos Globo e abrir mais a cabeça.

ps: não posso falar muito, também... quando pequeno, fui ao show do Menudos no Olímpico...

domingo, 9 de outubro de 2011

Leitura indispensável para você ensinar o seu filho a ler

Entre alguns dos livros de quadrinhos com que iniciei minha alfabetização, estava o de um persongem de Ziraldo - não, não era (só) O Menino Maluquinho -, um cidadão que sua bondade ultrapassava os limites do, vejam só, o que se chama hoje provavelmente de bom senso.
Era Jeremias, o Bom.


Procure na internet, ache o livro, compre e dê para o seu filho ler.
Vai fazer alguma diferença, sim.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Clapton is God!

Showzaço, numa noite linda.
Sonzeira, pontualidade britânica, muita virtuose e músicos excepcionais.
Clapton, mais uma vez em Porto Alegre.
A mim não importava qual música fosse ser tocada - assistir contemplativamente a um gênio como este já era o suficiente.
E ele detonou.
É um ser iluminado, que nasceu branco por obra do acaso.
Clapton is God, and God is black!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Que obras vão ser essas?

Por detrás dos sorrisos, por detrás da hospitalidade, a certeza de que Porto Alegre se constrói pra outros que não os seus.
Um dos clubes mais populares do Brasil refaz suas estruturas, movimenta seu bairro, mas tudo parece se distanciar cada vez mais de uma juventude negra, que luta ainda por levantar a si próprio.
Fizemos ontem uma entrevista com o engenheiro Hélio, um dos responsáveis pelas obras no complexo do Beira Rio. Na câmera, no som e na direção, meninos internos da FASE, gente da comunidade do Cristal, trabalhadores da madrugada porto-alegrense, que ainda têm fôlego pra encarar uma oficina de vídeo depois de passar a noite entregando jornais ou no plantão administrativo de algum posto de saúde.
Eles entraram ontem dentro do estádio, do palco de espetáculos por vir.
Ontem, todas as portas abertas pra eles.
Muitos sorrisos, muita atenciosidade.
Mas e depois?

sábado, 1 de outubro de 2011

Tudo precisa ir

Um filme despretensioso, daqueles de ator, quase que de um personagem só. Aliás, é de um personagem só. Will Ferrel interpreta nós mesmos enfrentando as frivolidades da vida. Os outros que preenchem o cenário parecem mais catalisadores de um processo de superação do que simplesmente pessoas que irão constituir relações duradouras com um alguém agarrado a latas de cerveja morando, agora, no gramado em frente a sua casa.
E Ferrell detona em sua responsabilidade de ancorar o filme inteiro. Pra quem não sabe, ele é de uma leva de atores que vem se desenvolvendo há décadas no Saturday Night Live, um programa de sketches de humor - hoje, muito idiotizado.
Saindo dessa base cômica, ele consegue trazer um olhar melancólico, real, misturando a sagacidade humorística com o peso da depressão profunda evidente, chegando, então, ao que parece ser um olhar verdadeiro, de uma verossimilhança impressionante. Ferrell já foi muito bem e mostrou toda sua versatilidade em outro excelente filme, em que dividiu o protagonismo com os gigantes Emma Thompson e Dusttin Hoffman - Stranfer than Fiction, imperdível!
Everything Must Go é um filme de reflexão, que vai fazer você pensar em sua própria vida, mesmo que aquela não seja a sua situação. Vale a pena.