Por detrás dos sorrisos, por detrás da hospitalidade, a certeza de que Porto Alegre se constrói pra outros que não os seus.
Um dos clubes mais populares do Brasil refaz suas estruturas, movimenta seu bairro, mas tudo parece se distanciar cada vez mais de uma juventude negra, que luta ainda por levantar a si próprio.
Fizemos ontem uma entrevista com o engenheiro Hélio, um dos responsáveis pelas obras no complexo do Beira Rio. Na câmera, no som e na direção, meninos internos da FASE, gente da comunidade do Cristal, trabalhadores da madrugada porto-alegrense, que ainda têm fôlego pra encarar uma oficina de vídeo depois de passar a noite entregando jornais ou no plantão administrativo de algum posto de saúde.
Eles entraram ontem dentro do estádio, do palco de espetáculos por vir.
Ontem, todas as portas abertas pra eles.
Muitos sorrisos, muita atenciosidade.
Mas e depois?
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