quarta-feira, 16 de novembro de 2011

AO OLÍMPICO MONUMENTAL

*escrito por um palmeirense que foi ao Olímpico, vindo de São Paulo, no jogo de domingo

Um dia, imagino eu, meus filhos vão querer saber que estádio era aquele que aparece nas imagens de antigamente como palco de grandes duelos entre Palmeiras e Grêmio. Quando eles tiverem, digamos, idade futebolística, o Grêmio será associado pelos mais jovens a mais uma dessas arenas modernas. Restarão do Olímpico fotos, vídeos e os nossos relatos, com a lembrança de quem viveu este que é sem dúvida um dos grandes estádios do futebol brasileiro.

Tantos foram os jogos históricos disputados no Olímpico Monumental que fica difícil acreditar que ele deixará de existir. Sofremos agora a ausência do nosso Palestra, mas ao menos sabemos que haverá um outro campo no mesmo lugar, o que acaba por preservar a noção de que é o mesmo estádio. Ao gremista, nem isso vai restar, uma vez que a tal arena será erguida em um local bem distante.

Se fui a Porto Alegre neste domingo, não foi apenas pelo dever de estar sempre ao lado do Palmeiras; foi também porque precisava me despedir do Olímpico. Precisava prestar minha última homenagem a uma das canchas mais importantes do futebol brasileiro.

O Palmeiras fez seu último jogo oficial no eterno Palestra Itália logo contra o Grêmio, este clube contra quem tivemos uma rivalidade sem igual nos anos 90. E foi, a passagem de quase duas décadas nos permite observar agora, uma rivalidade que serviu para engrandecer os dois clubes e a relação entre eles. Uma rivalidade forjada em grandes batalhas de Libertadores, de Copas do Brasil e de Brasileirões ainda dignos, com mata-mata em vez destes abjetos pontos corridos. Uma rivalidade forjada em ódio momentâneo, em brigas homéricas, em pressão vinda da arquibancada, em artimanhas de parte a parte, em declarações polêmicas, em gols, em expulsões que valeram mais do que muitos gols, em títulos, em classificações, em eliminações. Futebol e guerra são sinônimos, e Palmeiras e Grêmio entenderam e aplicaram isso dentro e fora de campo.

E Palestra Italia e Olímpico Monumental serão sempre lembrados como palcos destas batalhas épicas - e de outras tantas.

Tivemos na tarde de hoje mais uma grande jornada no Olímpico. Os vagabundos que foram a campo ao menos representaram a camisa alviverde. Deixando de lado este ano terrível que não quer terminar, foi uma tarde digna. Uma tarde de futebol, uma tarde de Olímpico Monumental, uma tarde de Grêmio x Palmeiras. E, já que não dá para saber como serão as coisas em 2012, foi importante para mim ao menos garantir uma despedida de um estádio que, sem dúvida, vai deixar saudades...

http://forzapalestra.blogspot.com/2011/11/o-ano-que-nao-quer-terminar.html

Um comentário:

Rica Retamal disse...

Fantástico!!! Belo texto.
Assistindo a Grêmio e Palmeiras também fiquei a lembrar, saudoso, dos tempos em que nossos enfrentamentos eram de vida ou morte. Foram batalhas épicas.
Saudade do mata-mata, mas principalmente saudade de ter um time peleador, com garra e alma como o daquele tempo era.
Abraço!