segunda-feira, 2 de maio de 2011

O Paradigma de Arquimedes no futebol: a Cama de Gato

Quando era criança e assistia muita porcaria na TV, tinha um jogo que se fazia num desses programas em que uma loira seminua e sua trupe de lolitas apresentavam para pequenos seres humanos. Pois este jogo se chamava Cama de Gato e consistia num emaranhado de tiras de tecido com sinos pendurados, e o carinha tinha que passar por tudo sem balançar os sinos.
Bem interessante até.
Outra coisa que divertia a gurizada, bem singelo e lúdico, era fazer com as mãos algo parecido com este emaranhado. 4 mãos e um barbante comprido geravam uma infinidade de variações daquilo que também se chamava Cama de Gato.
Agora, o mais interessante é com relação a uma jogada no bate-bola que era clássica. A gente, com 6 ou 7 anos, já sabia o nome dela e que era falta: Cama de Gato.
Nunca entendi porque se chamava assim, mas sempre tive que era falta.
Acontecia quando o cara usava o corpo como alavanca contra o adversário, quase sempre quando este pulava, deslocando e derrubando o cara para ficar livre de sua marcação.
Incrível, mas em tudo que era pelada a gente marcava isso. Nunca tinha juiz, mas fosse no futebas da calçada, do parque, das pedrinhas do estacionamento, pênalti não se marcava, impedimento então, pffffff!
Mas Cama de Gato, sim.
Uma jogada tão clara que ninguém reclamava. Bastava um "opa!" e, como todo piá já sabia até o nome estranho daquilo, não precisava nem perder tempo explicando e era só seguir a pelada com a bola no chão. Nunca passava despercebida.
E o interessante é que isso tudo, essa cultura toda do futebol de rua estava errada.
Sim! Ontem aprendemos que é preciso quebrar o Paradigma de Arquimedes no futebol, que a Cama de Gato não é e nem nunca foi falta.
Que se comece, portanto, a divulgar isso em todos os rincões em que a bola ainda rola pra piazada não se enganar mais e os jogos ficarem mais corridos, com mais gols e com menos choradeira. Isso precisa ser intrínseco, como era anteriormente no caso de ser falta. As federações de futebol precisam destacar fiscais de peladas em escolas e nas ruas pra ajudar o gurizinho de 7 ou 8 anos que faz a Cama de Gato no coleguinha a explicar que Arquimedes era um filósofo de muito tempo atrás, muito inteligente, matemático, que estudou princípios que o levaram a dizer: "Dê-me uma alavanca e moverei o mundo!". Pois o cox é a alavanca e o adversário, o mundo - não é mais falta!

2 comentários:

Miguel Graziottin disse...

Chora bananeira..bananeira chora....
Hoje foram voces, mas o interior é sempre garfado e a dupla grenal se orgulha de "dominar" o futebol gaucho.
Mais da metade das vezes com a ajuda escandalosa dos arbitros e o silencio cumplice da midia.

Anônimo disse...

(Jorge Nogueira)

Em um primeiro momento eu também achei que tivesse sido falta, que tivesse acontecido a "cama de gato". Depois, no replay, fica claro que o Rodolfo pulou para a FRENTE e não para TRÁS, e que o Damião também se posiciona em sentido contrário ao zagueiro, logo não haveria como haver "cama de gato"!

Mas houve um pênalti no Oscar não marcado ainda no primeiro tempo e antes do gol.