segunda-feira, 9 de julho de 2012

Sem alma, oco e incolor

O Grêmio é isso hoje.
Se alguém achava que já tínhamos chegado ao fundo do poço, se surpreende a cada novo jogo, a cada nova semana, a cada nova entrevista de Paulo Odone.
O Tricolor, da camiseta mais linda do futebol, daquela combinação de cores que não existe em mais nenhum outro lugar, pelas mãos de seu mandatário, decidiu por deixar de existir.
Virou arremedo, meio, excuso, de fazer política, dinheiro, é carapaça apenas.
Fale-se o que quiser da incompetência de Duda Kroeff, mas quando o filho do patrono resolveu assumir as rédeas do seu mandato queimou-se aparentemente o último resquício de Alma Tricolor - e vencemos jogos e mais jogos com Diego Clementino. Jogamos o melhor futebol do país por alguns meses.
Coincidentemente, com Renato no comando do time.
Caímos, no próximo ano, "coincidentemente" quando no comando do clube entrou Odone.
Futebol não se faz somente com bons jogadores.
São vários os fatores que fazem um time vencedor.
São vários os fatores que fazem um perna-de-pau virar herói, servir à vitória, encaixar num esquema.
O grande time de 1995 tinha um dos maiores quebradores de bola que já vi vestir a camiseta Tricolor: Dinho. Toscão, errava quase todos os passes, tentava dar absurdos lançamentos de 30 metros que terminavam quase sempre na linha lateral, era patético até, mas ele era um leão! Dominva a frente da área como ninguém. Deixava os zagueiros tranquilos, rosnava, mostrava quem mandava dentro de campo.
Se a gente for ver, tecnicamente, Léo Gago é melhor que Dinho. Zé Roberto é melhor que Carlos Miguel. Fernando é melhor que Goiano. Kleber é melhor que Paulo Nunes. Outros se equivalem, no banco, hoje, há jogadores melhores. E há Luxemburgo, treinador consagrado.
Mas não há harmonia.
No Grêmio de hoje, do balcão de negócios, jogador bom ganha fortuna e se torna ruim (Gabriel). Jogador ruim, segue ruim, sem evoluir, e ganha uma fortuna...
Sinto dizer, mas parece que não se vai além. Está nítido. Enquanto não se limpar o clube e devovê-lo à torcida e à sua função de se gerar alegria pelo futebol, penaremos no limbo, torcendo por uma marca de algo que ficou no passado, apenas um invólucro de um azul esmaecido, preto e branco.

Nenhum comentário: