segunda-feira, 29 de março de 2010

Agrofundamentalistas mamam demais nas tetas do governo

Carter: exagerar o poder do MST é um preconceito de classe

Em dezembro de 2009, Miguel Carter concluiu o trabalho de organizar o livro "Combatendo a Desigualdade Social – O MST e a Reforma Agrária no Brasil". É um lançamento da Editora UNESP, que reúne colaborações de especialistas sobre a questão agrária e o papel do MST pela luta pela Reforma Agrária no Brasil. Confira a entrevista de um especialista que jamais será consultado pela direita midiática (Globo, PRBS, Band, etc.). Por Paulo Henrique Amorim:

PHAProfessor Miguel, o senhor é professor de onde?
MC – Eu sou professor da American University, em Washington D.C..

PHAHá quanto tempo o senhor estuda o problema agrário no Brasil e o MST?
MC - Quase duas décadas já. Comecei com as primeiras pesquisas no ano de 91.(...)

PHAO senhor sabe muito bem que a grande imprensa brasileira – que no nosso site nós chamamos esse pessoal de PIG (Partido da Imprensa Golpista) - a propósito da grande marcha do MST, a imprensa ficou muito preocupada como foi financiada a marcha. O senhor sabe que agora está em curso uma Comissão Parlamentar de Inquérito Mista, que reúne o Senado e a Câmara, para discutir, entre outras coisas, a fonte de financiamento do MST. Como o senhor trata essa questão? De onde vem o dinheiro do MST?
MC - Tem um capítulo 9 de minha autoria feito em conjunto com o Horácio Marques de Carvalho que tem um segmento que trata de mostrar o amplo leque de apoio que o MST tem, inclusive e apoio financeiro.

PHAO capítulo se chama “Luta na terra, o MST e os assentamentos” - é esse?
MC – Exatamente. Há uma parte onde eu considero sete recursos internos que o MST desenvolveu para fortalecer sua atuação, nesse processo de fazer a luta na terra, de fortalecer as suas comunidades, seus assentamentos. E aí tem alguns detalhes, alguns números interessantes. Porque eu apresento dados do volume de recursos que são repassados para entidades parceiras por parte do Governo Federal. Eu sublinho no rodapé dessa mesma página o fato de que as principais entidades ruralistas do Brasil têm recebido 25 vezes mais subsídios do Governo Federal (do que o MST). E o curioso de tudo isso é que só fiscalizado como pobre recebe recurso público. Mas, sobre os ricos, que recebem um volume de recursos 25 vezes maior que o dos pobres, (sobre isso) ninguém faz nenhuma pergunta, ninguém fiscaliza nada. Parece que ninguém tem interesse nisso. E aí o Governo Federal subsidia advogados, secretárias, férias, todo tipo de atividade dos ruralistas. Então chama a atenção que propriedade agrária no Brasil, ainda que modernizada e renovada, continua ter laços fortes com o poder e recebe grande fatia de recursos públicos. Isso são dados do próprio Ministério da Agricultura, mencionados também nesse capítulo. Ainda no Governo Lula, a agricultura empresarial recebeu sete vezes mais recursos públicos do que a agricultura familiar. Sendo que a agricultura familiar emprega 80% ou mais dos trabalhadores rurais.(...)

- leia a íntegra no site da Catarse, clique aqui

Um comentário:

Anônimo disse...

(Jorge Nogueira)

Guga sobre esse assunto dá uma olhadinha nessa matéria:

http://blogdomonjn.blogspot.com/2010/01/o-custo-do-agronegocio.html

Abraços!