quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A Favela Hollywoodizada

- via aNImOt

Não, eu não gostei do Tropa de Elite 2. Nem poderia gostar. Em toda sua pretensão de nos iluminar sobre a conjuntura atual do Rio, o filme não passa de um pastiche de filme hollywoodiano, obedecendo, inclusive, às suas premissas mais elementares: (I) O elogio permanente à violência, demonstrada como forma máxima da expressão humana; (II) A castração das personagens, assexuadas até quando se insinuam (aqui, nem isso), reles autômatos sem libido; (III) A invisibilização da questão social, o Trabalho inexiste, tampouco qualquer menção à sua exploração. Está tudo lá, a violência é o ápice da expressão, quem domina a técnica para empregá-la mais e melhor é justamente para quem os holofotes se voltam, não existe troca de libido - ou possibilidade de -, tampouco - e principalmente - não existe questão social: Onde é que estão os fundamentos econômicos de tudo aquilo? A favela é demonstrada como um amontoado de pequenos empreendedores explorados pelos aneis burocráticos do Estado - pior do isso, a favela é narrada como se sempre estivesse ali o que, por tabela, sempre estará. Sem embargo, uma naturalização imperdoável.

Hugo Albuquerque

2 comentários:

Isaura disse...

Que viagem!
Amiguinho, fumou o que para fazer esse discurso pseudo revolucionário de esquerda???

Vai estudar, peste!

Guga Türck disse...

"Discurso pseudo revolucionário de esquerda" foi excelente. Esta tu deves ter comprado nas prateleiras da Veja... Ou nas lojinhas da PUCR$... Da Zero Hora?
Quem sabe?

Peste que te dói.
Peste que te assusta.
Peste que te desafia.
Que ataca teu conforto.
Nossa presença te incomoda.
Muito.
Saber disso é terrível pra ti.
Que todo o teu discurso é apenas...discurso!
É possível, sim.
E sem precisar ir em "palestra" do FSM...

Valeu pela "audiência"!