quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Da série: Quem matou Elton Brum? VI - Marcha soldado, cabeça de papel...

Sou filho de um soldado brigadiano, e passei minha infância praticamente dentro de um quartel da corporação. Ali aprendi, mesmo mal, a jogar bola e a fazer estilingue de forquilha; e a “bóia” do “rancho” até que era boa. Conheço muito bem a Brigada Militar e achava que determinadas práticas tinham ficado no passado. Mas estava enganado. Nada muda. Nada.(...)

Quem matou Elton Brum da Silva foi um Oficial da Brigada Militar do Estado, atirando pelas costas, num entrevero, depois de uma discussão. Se os cavalos do Regimento de Polícia Montada de Livramento pudessem falar, seria essa a sua versão. Mas a que vale, mesmo, é a oficial. E essa, meus amigos, já está escrita. E devidamente ensaiada.


- Adão Paiani, via RS Urgente. Clique aqui para ler a íntegra.

11 comentários:

Cel disse...

Alguém aí sabe como é a polícia nos países comunistas?

Guga Türck disse...

Acho difícil, até porque não existem países comunistas.

Hélio Sassen Paz disse...

Em termos históricos e conceituais da Filosofia (mas não comprovados na prática pela Antropologia nem pela Sociologia), o comunismo de fato só existiu na URSS entre 1917 e 1924.

No mais, penso que houve ditaduras cuja base para blindar privilégios e para tentar acreditar que seria possível igualar toda a sociedade eram as teorias do socialismo.

Sendo assim, acho que o capitalismo puro de cunho liberal é extremamente excludente e nocivo. Porém, uma sociedade não-capitalista entre pessoas com os mesmos níveis de conhecimento, direitos e deveres é absolutamente impossível. O que se deve fazer é resistir, fazendo o possível pra diminuir ao máximo as desigualdades e as injustiças.

Nessa resistência entra o combate à democracia representativa, a inclusão digital, o software livre, o fim dos direitos autorais, a democratização dos mídias e, finalmente, o ensino obrigatório de crítica das práticas jornalísticas nas escolas públicas.

Mas só vejo pequenos sucessos em escala crescente porém lenta nessa direção caso as pessoas parem de pensar em hierarquias e instituições para pensar em redes, em auto-organização e em colaboração.

[]'s,
Hélio

Carlos Eduardo da Maia disse...

Hélio, não existe sociedade não capitalista. Capitalismo é processo. Mercado é fato social.O modelo de sociedade ideal não é a liberal e nem a social (ambas não deram certo, uma por excludente e outra por totalitária) temos de avançar até chegar ao encontro de uma sociedade solidária, com justiça social, respeito ao meio ambiente, à pluralidade e diversidade.

Rodrigo Cardia disse...

A própria URSS nunca foi comunista, lá se praticava um "capitalismo de Estado".
Tanto que o próprio nome do país falava em "socialismo", mas não em comunismo, que segundo a teoria marxista só será alcançado com a extinção do Estado.

Carlos Eduardo da Maia disse...

A extinção do Estado é o sonho liberal. O Mészarós acha que o estado deve fenecer. Não vejo como isso pode acontecer, sobretudo porque compete ao Estado implantar políticas e serviços públicos (de qualidade) para a população de baixa renda, que não tem acesso aos serviços privados. E mais, o socialismo nunca foi além do estatismo.

Rodrigo Cardia disse...

Vale lembrar que a extinção do Estado só poderia se dar com o fim da desigualdade, enfim, quando não mais houvesse luta de classes - uma sociedade desigual não é comunista.
Aliás, isso detona qualquer argumento de que os "Estados comunistas eram ditaduras": por haver Estado, não havia comunismo; e também havia diferenciação, visto que quem pertencia à nomenklatura podia ser considerado como integrante de uma "elite" (claro que por critérios que não eram os mesmos das chamadas "democracias liberais"; inclusive Bourdieu em um artigo acerca do Leste Europeu afirma que a distinção se daria conforme o que chama "capital político").

Carlos Eduardo da Maia disse...

Freud, no capitulo V, do texto mal-estar na civilização, já disse que é uma utopia o sonho da igualdade. Não somos iguais, nunca fomos iguais e jamais seremos iguais, porque temos nossas neuroses, idiossincrasias, manias, vontades, ambições. Apenas um estado totalitário pode calar a voz das ambições. E quem deseja um Estado totalitário? Por isso o povo unido que jamais será vencido fez questão de derrubar o muro de Berlim, do socialismo real. A igualdade é uma hipocrisia. O mundo tem que ser sim é mais solidário, menos desigual e cabe ao Estado (este ente importante que jamais vai fenecer) fazer política de inserção social.

Leandro disse...

Em 1985, em Porto Alegre, um Brigadiano (o cabo da Brigada Militar Valdeci de Abreu Lopes) teve sua cabeça decepada, com uso de foice, por um marginal pertencente a esse bando. Disso vocês não lembram?

Guga Türck disse...

Essa do "socialismo real" foi muito boa.

E a velha arte de manipular palavras e conceitos que a direita tanto aprimora com o passar dos anos.

Anônimo disse...

(Jorge Nogueira)

Lamento ter visto só agora esse debate. É lamentável que alguns ainda sigam fazendo um debate a partir da estigmatização produzida pelos veículos midiáticos.

Por exemplo: todo mundo lembra da experiência dos regimes burocráticos mas quase ninguém fala da gloriosa Comuna de Paris de 1871 que mostrou sim ser possível haver socialismo com democracia, liberdade com igualdade (lembrando aos desinformados tipo o Maia que estamos falando em igualdade material e não individual).
E qual foi o fim da gloriosa Comuna? Ela foi esmagada pelos "tolerantes" e "democráticos" defensores das "liberdades"! Foi um banho de sangue!

Eu defendendo uma sociedade socialista! Respeito quem acredita ser possível melhorar o mundo fazendo remendos no capitalismo ou tentando humanizá-lo, mas considero tal premissa de uma utopia irrealizável!

Acabar com o capitalismo hoje significa evitar a destruição do planeta! Ou será que se pode discutir a degradação ambiental do planeta sem levar em conta o modo de produção?