Assisti a dois jogos da movimentada noite de hoje para quem gosta do esporte bretão. Vi quase por inteiro Atlético-PR x Corinthians e em partes Colo Colo x Palmeiras.
Não fosse pelos finais dessas duas partidas e minha fala contra as duas equipes paulistas seria mais sarcástica e ácida.
- Cleiton Xavier acertou um pombo sem asas daqueles e classificou os verdes para a próxima fase da Libertadores aos 41 minutos do segundo tempo.
- Em cinco minutos de cochilada da zaga atleticana, o Corinthians amenizou - e muito! - um resultado de 3 a 0 para 3 a 2.
No entanto, o que se pode perceber é uma total falta de sintonia sobre o que se veio - e se vem - falando dessas duas equipes e o que na realidade elas realmente são.
Primeiro o Palmeiras, com suas vitórias consecutivas enfileiradas no certame paulista, logo pintado de ouro pela crônica do centro do país, tomou uma chapuletada do próprio Colo Colo em casa e desandou. Em campo, quando enfrentou maiores dificuldades do que um Marília poderia inflingir, se mostrou desorganizado e de cabeça perdida. Foi-se, inclusive, no próprio Paulistão, derrotado pelo risível Santos.
O Corinthians é a nova sensação e todos sabem porquê. Acontece que, apesar(?) de ser comandado pelo melhor treinador brasileiro, é um time comum, de jogadores quando muito medianos, dignos da divisão que se encontrava ano passado, e com uma estrela em recuperação, que é o Ronaldo, com lampejos de fenômeno, mas longe de fazer sofrer um time que se arme bem atrás para impedir o fator surpresa de suas finalizações.
E foi isso que fez o Atlético. Fraco Atlético, diga-se de passagem, que disputa com Cianorte e J.Malucelli o seu estadual. Tomou 4 na cola do Coritiba do Marcelinho Paraíba. Seus destaques são Rafael He-Man Moura e Marcinho. Mesmo assim, deu um chocolate no timinho durante 90% do tempo do jogo. 3 a 0 já parecia pouco em determinado momento...
O fato é que análises feitas em cima de resultados nos estaduais são sempre precipitadas, não importa de qual região se esteja falando. Os times cariocas estão aí para provar essa tese, se bastando em confrontos entre Guanabara e Taça Rio e patinando feio em outras competições com adversários mais fortes.
Isso tudo pra eu confirmar que gostaria que o Tricolor abandonasse de vez o Gauchão. Ainda mais com a qualidade horrenda das nossas arbitragens. Não vale a pena dar validade a algo podre, poluído. Seria muito melhor montar uma espécie de segunda equipe, estilo aspirantes mesmo, formada através de prospecções entre jovens e apostas, para montar grupo para as competições que realmente interessam alguma coisa. Poderia ser como uma grande pré-temporada, com competição no meio. Duvido que não chegasse a todas - ou quase todas - as finais mesmo assim.
Aos titulares caberia um programa de amistosos com clubes grandes tanto do exterior quanto do próprio Brasil. Antigamente se fazia isso, excursões para a Argentina, jogar contra Independiente, Estudiantes... Ou para participar de outros torneios na Europa, por exemplo. E, claro, na ocasião de algum clássico dentro da preparação do Gauchão, por que não usar a força máxima que vem se constituindo?
Com certeza títulos estaduais ainda seriam ganhos dessa forma.
No entanto, este ano é a prova provada de que manter a importância que se dá para a nossa caseira competição é desgastante e não vale a pena - principalmente porque é decidida fora de campo. Lesões, brigas internas, demissões, e a Libertadores ali, gritando.
É preciso de uma vez por todas decidir se vale ou não a participação no Gauchão, que se estabeleça um plano, definitivamente que se afaste das lamúrias da imprensa, das piadas que isso possa vir a gerar. Sinceramente, poderia ficar, aqui dentro da aldeia, muito pior essa relação com a imprensa do que já está?
Claro que não.
Planejamento sério de uma vez por todas!
Que o que vem ocorrendo atualmente com times como o Palmeiras e o Corinthians sirva de bom exemplo. Assistir e analisar futebol é o mínimo que se espera de quem comanda o clube.
Força que dá!
Dá-le!
Rumo ao tri da Libertadores!