Aqui segue carta de policial civil recebida pelo jornalista Marco Weissheimer, do RS Urgente:
O desabafo de um policial civil
Um policial civil gaúcho enviou uma carta ao RS Urgente registrando seu desconforto com a interferência política e a falta de autonomia que estariam atingindo o trabalho da instituição no governo Yeda Crusius. Para evitar represálias, sua identidade será preservada. Segue o desabafo do servidor público:
Trabalho na Polícia Civil o tempo suficiente para entender (ou não entender) certas coisas que rondam nosso árduo e por vezes misterioso trabalho. Recém formado e com vontade de fazer algo diferente, fiz concurso para uma instituição que pouco conhecia, mas que já no primeiro contato se mostrava apaixonante e dinâmica, principalmente para um jovem idealista como muitos dessa nova geração de policiais.
O ingresso com curso superior com certeza oxigenou nossos quadros, trouxe à baila gente qualificada e com potencial para fazer o que qualquer Polícia Judiciária tem como norte, ou seja, trabalho técnico/profissional e com uma visão contemporânea sobre respeito aos Direitos Humanos. Essa Polícia Civil poderia se distanciar definitivamente daquela que, em outros tempos, serviu de braço de sustentação e fez o serviço sujo no jogo da repressão política.
Ontem porém, acompanhando a coletiva do MP e logo depois a dos responsáveis pelo Inquérito que investigou a morte do secretário, fiquei com a sensação de que cada vez menos entendo como os responsáveis por uma instituição como a Polícia Civil se deixaram levar por pressões, ou quais interesses obscuros puderam desviar a conduta desses policiais da técnica e do profissionalismo.
Afora esses percalços, continuamos, eu e tantos outros policiais dignos desse Rio Grande a lutar por uma polícia com menos interferência política e mais autonomia. Autonomia que incomoda e inquieta, principalmente em se tratando de um governo imerso em denúncias como o da governadora Yeda.
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