O BIG Cristal está dando lugar ao Nacional no Barra Shopping Sul.
A marca do grupo Wal-Mart muda para estabelecer alto-padrão de consumo no local.
Quer dizer, o povão, a "chinelagem" que frequenta hipermercados como o BIG não tem vez neste novo empreendimento comercial porto-alegrense.
Esta é mais uma face perversa de como a elite delimita espaços no meio urbano.
Tomam de assalto um lugar em um determinado bairro, mudam as pessoas que vivem no local há décadas para cantos na cidade, apresentam proposta dizendo que o local viria a se qualificar e que aos moradores restantes do Cristal ali estaria uma opção de consumo e lazer, mas quando tudo termina, depois da idéia vendida e o fato consumado, batem a porta na cara daqueles que não se enquadro no padrão de consumo estabelecido.
"Aqui não amigão, roupa velha e esfarrapada só as de grife expostas nas vitrines aqui dentro" - poderia dizer um segurança do Barra Shopping.
Perverso e triste, muito triste...
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Perversidade 2
Assinar:
Postar comentários (Atom)
5 comentários:
Guga,
O BarraShopping Sul não é nem sombra do que é no Rio de Janeiro: lá, apesar da Barra ser um bairro oligárquico e da concentração de renda ser maior, pelo menos há como as pessoas entrarem e saírem a pé, há zilhões de linhas de ônibus (inclusive integração com o metrô) e se vê gente pobre dentro do shopping (claro: limpinha, arrumadinha, comportadinha).
Além do mais, fora aquela loja de instrumentos musicais e a FNAC, nada que tenha naquele shopping asséptico é diferente ou melhor do que o que eu posso encontrar quando preciso ir ao Igua, que fica a 20 min. a pé de casa.
A praça de alimentação do BSS é minúscula, os corredores são estreitos, ele tem lojas maiores, porém em menor número e a maioria das paredes é irritantemente branca.
Pegar dois ônibus e ter que dar meia volta no shopping só pra entrar ou sair dele?! pra que?!
[]'s,
Hélio
Ouvi dizer que iria mudar de BIG para Nacional por um simples "padrão" adotados por eles de que o BIG não deve ser associado a nenhum outro estabelecimento. Tipo... onde tem BIG, é só big e ponto.
Quanto ao resto... a tendência é cada vez aumentar coisas assim... já li sobre a construção de mais "bairros" de construtoras em POA para os próximos anos... vai pro mesmo caminho...
Lembro uma música da Tribo de Jah que dizia assim:
"Ricos cada vez mais ricos e metidos, pobres cada vez mais pobres e falidos, globalização, o delírio do dragão!!!!"
Abraço
Pode até ser, Rica, mas o fato é que o BIG vende eletroeletrônicos em parcelas a perder de vista e com preços estilo Casas Bahia, o que imagino que não irá acontecer com a nova "marca". O Nacional majora os preços... Sei lá, vamos observar o que o pessoal do Cristal vai pensar. Ainda tenho bastante tempo de bairro lá nas oficinas do Quilombo do Sopapo.
Abração.
Guga,
Os últimos comentários (do Rica e o teu) me lembram de uma coisa: ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA.
O prof. Rualdo Menegat, um dos coordenadores daquele maravilhoso esforço multidisciplinar que a UFRGS empreendeu em parceria com algumas empresas públicas e privadas no final da década de 1990, o Atlas de Porto Alegre, escreveu uma carta interessante que tá circulando pela lista do Förum de Entidades.
Muita gente não sabe que o melhor de POA não são a sua gente, a sua noite, o Centro, o Moinhos de Vento, a Usina do Gasômetro ou sei lá o que as pessoas consideram importante ou como cartão postal: é a enorme diversidade biológica da região.
Infelizmente, isso está indo para o beleléu.
Estão fazendo de tudo pra me expulsar de Porto Alegre e do RS. No ritmo em que andam as coisas, vão acabar conseguindo.
[]'s,
Hélio
Postar um comentário