quinta-feira, 25 de junho de 2009

Em entrevista na madrugada, após a confusão com Maxi López, presidente a FGF "escorrega" e externa preconceito

O Rio Grande do Sul é foda. Um estado de extrema direita, racista, classista, pobre de razão.
Um caso como este do Maxi López (verdade ou não) traz, por pior que possa ser este sensacionalismo, à tona uma discussão pertinente e que vem sendo permeada por uma série de declarações insanas desde a aprovação da política de cotas na UFRGS, mais recentemente.
Pois vale sempre lembrar, também, de "célere" frase de Eliseu Padilha (PMDB), na época de ministro dos transportes de FHC: "O brasileiro só gosta de dois pretos: Pelé e o asfalto".
Essas pessoas do alto escalão gaudério, quando tomadas por uma sensação de segurança pela impunidade que lhes é "de direito" - já que são da turma da majestade - sempre escorregam nos microfones. Isso é facilmente explicável pelo clima de amizade que existe entre os "jornalistas" da grande imprensa e esses grupos hegemônicos, que vivem em festas juntos, jantam juntos, dormem juntos, viajam juntos, essas coisas que vão contra qualquer código de ética de jornalismo que exista por aí. Daí se esquecem que não estão na mesa de bar, falando apenas para seu interlocutor parceria, mas, sim, estão entrando nas casas, nas mentes de milhares de pessoas.
Um leitor deste blog, então, capturou no ar o Sr. Novelleto, presidente da Federação Gaúcha de Futebol, externando sem pensar todo o seu preconceito de cor: "É normal chamar de macaco na Argentina". Como assim "normal"??? É aceitável isso, então?!

Segue o e-mail deste leitor e, ao final, o link da entrevista do presidente da FGF (conselheiro do internacional, inclusive):

Repare que o presidente da FGF (por acaso conselheiro do nosso co-irmão), comete duas grosserias das mais vulgares, em primeiro lugar, confessa, em nome do jogador, usando do microfone, para confirmar algo que ele não tinha como saber, ao invés de proceder com cautela, ele dá como fato certo.
Antes de mais nada, gostaria de dizer que não considero um caso menor, se Maxi López é racista, nada melhor do que o aeroporto e adeus!
Mas observe o segundo fato, depois de dizer que o Maxi López realmente fez, o presidente tem a baixeza de considerar isso normal (e ele nunca diz: se ele tivesse feito, ele diz que ele fez), e no final ainda colocou palavras na boca do Maxi López, como se ele as tivesse as ouvido da boca dele.
Observe a canalhice dele, ele inverte tudo, Maxi López fez, mas isso é normal. Agora, coloque essas palavras na boca de um jornalista ligado ao Grêmio (se achar algum na grande mídia), coloque essas palavras na boca de um dirigente do Grêmio, vou ainda mais longe: coloque estas palavras na irracionalidade que tem um torcedor no meio de uma multidão.
Não dormi esta noite enojado só de pensar que um jogador gremista pudesse ter cometido este ato, mas tb fiquei enojado de pensar que alguém que considera tudo isso como normal (com gravação pública) mereça menos repercussão do que um fato em que ainda não aparece prova.
Abraço e desculpa o desabafo!
Roberto


http://www.clicrbs.com.br/clicstation/jsp/player_compact_sr.jsp?nomeVideo=audio/6577975.ra

Um comentário:

Ana Schirmer disse...

Guga,
acho que coisas ditas no campo devem morrer no campo, até li um post muito bom sobre isto no blog Grêmio Copero: http://www.gremiocopero.com/2009/06/25/racismo-ou-frescura/
O que está acontecendo na imprensa é uma supervalorização de situações que acontecem seguidamente em campo. Ainda mais sabendo que uma situação destas é um ótimo gancho para criar uma polêmica antes do próximo jogo. Minha pergunta é: quem está ganhando com isso? O Grêmio que não é, né?
Também: Foi realmente dito algo com cunho racista para o jogador Elicarlos, do Cruzeiro? A testemunha do Elicarlos é outro jogador do Cruzeiro.

Pra mim tá muito suspect esta polêmica toda...