terça-feira, 25 de novembro de 2008

O que aconteceu no intervalo em Salvador?

Abro excepcionalmente (muuuuito excepcionalmente) um espaço para um colunista do PRBS que escreve sobre futebol, já que estou de quarentena por aqui sobre falar do Tricolor até o final do Brasileirão e este texto expressa exatamente o meu pensamento:


O misterioso intervalo do Grêmio em Salvador
por Luiz Zini Pires

Na sua mala de quatro gols, o Grêmio trouxe outro mistério ao Estado quando seu jato avistou o Aeroporto Internacional Salgado Filho. O que realmente aconteceu no intervalo da amarga decisão em Salvador? O que se passou no interior do vestiário em 15 rápidos minutos. O que houve?

Como pode um time perder seu futebol, sua concentração, sua discutida postura tática em 900 segundos? O Grêmio fez um bom primeiro tempo, ganhou um gol contra, mas teve chances de marcar outras três vezes. Ok, o Vitória poderia ter feito dois. Se o placar anunciasse um 4 a 2, raros torcedores locais atacariam o rechonchudo Héber Roberto Lopes. O placar seria justo.

Será que houve briga, discussão logo depois? Será que o ambiente estava carregado pela carranca de Perea, que ficou indignado por ter ficado fora do jogo? Não. Pelo contrário. O Grêmio terminou o primeiro tempo vencendo, superando o adversário, anunciando que iria vencer.

O que faltou ao Grêmio no intervalo foi um treinador capacitado, alguém que fizesse a diferença no banco de reservas, um organizador de time, alguém que conseguisse enxergar o segundo tempos antes da hora. Vagner Mancini viu, mudou a sua equipe no vestiário, deu um nó tático em Roth e venceu com uma naturalidade surpreendente, espantosa. Um desavisado acharia que o candidato ao título vestia vermelho e preto na trágica tarde baiana.

O grande exemplo da falta de critérios no Grêmio foi a escalação de André Luis, um segundo atacante que nunca fez gol no Brasileirão. Pode um jogador assim ser usado numa partida decisiva? Não. E o centroavante que não marca desde agosto? Que dupla.

Roth, que vê além de nós todos, sempre contrariando o mundo, chamou André Luis e, outra vez, o jogador não respondeu com uma atuação de qualidade. Gol não fez. Ele não faz desde maio.

Quem não faz muito, mas faz mais que André Luis, um atacante chamado Perea, nem na reserva estava. Imagine. O goleador da temporada gremista viajou, mas ficou fora do banco numa partida na qual o time precisava desesperadamente da vitória. Se você entendeu, ajude-me. Eu não entendi a decisão de sacar Perea. Roth também não explicou.

Quando o Grêmio buscava um centroavante, Roth pediu Marcel, bateu pé por Marcel, exigiu Marcel. André Krieger aprovou. A procura cessou imediatamente. Depois, faltou verba para buscar um mais qualificado. Agora, o Grêmio acena com a possibilidade de oferecer bicho extra nos dois jogos finais. Perde tempo. Perde foco. Rasga dinheiro.

A direção poderia tentar descobrir os reais motivos que fazem o Grêmio patinar feio em jogos decisivos, sofrer 10 gols em três deles (Cruzeiro, Lusa e Vitória) e jogar o título pela janela. O Grêmio não sabe porque ganha, porque perde e anda perdendo bastante desde janeiro passado. Ainda não descobriu. Mas sabe que precisa alcançar algum dinheiro para que outro clube corra um pouco mais por ele em 180 minutos.

O Grêmio entende que o bicho extra vai garantir seu posto na Libertadores. Atenção! O Grêmio continua cuidando muito dos outros, pouco dele mesmo.

4 comentários:

Anônimo disse...

Guga,

O Zini é desafeto do Celso Roth e faz pelo menos 10 anos que ele é editor de Mundo.

Além disso, o time é extremamente limitado. Toda a capacidade técnica, física e emocional foi hiperdimensionada. Se não fosse o Victor e o inacreditável 1º turno aproveitando-se do desinteresse dos clubes que disputavam a Libertadores e da sorte dos fragários terem remontado o time no meio do campeonato, o Grêmio chegaria em 10º e olhe lá.

Como eu escrevi há meses atrás, trazer quem pra técnico? Cuca e Caio Jr. são cagões; o Dorival Jr. PARECE não ser, mas tenho lá minhas dúvidas; Geninho e Nelsinho Batista são aqueles caras que ganham um campeonato só, tipo o Valdir Espinosa (fraquíssimo, que muitos gremistas ainda babam o ovo - sou eternamente grato a ele, mas é fraco).

Adilson Batista? Caríssimo. Luxa? Impensável pelo preço e pela rejeição. Leão? Idem. Hélio dos Anjos? Acessível, porém de péssima lembrança. Mano Menezes?! Foi muito bem no embalo da manutenção da base da Série B e tinha um plantel MUITO MELHOR do que o de 2008 (não dá pra comparar: Lúcio, Hugo, Diego Souza, Rômulo, Lucas...). Além disso, na média, foi muito pior do que o Roth fora de casa e, hoje, é um popstar que quer chegar à Seleção.

Sobrou só o Muricy Ramalho: infinitamente caro, é a bola da vez na Seleção e costuma honrar seus contratos (o dele com o SPFC vai até 31/12/2009).

As coisas não são tão simples assim. Eu acho que não se deve meramente observar tudo de uma maneira simplista, pensando tão-somente em uma relação de causa e efeito.

[]'s,
Hélio

Anônimo disse...

pois é. vacilamos de mais! poderiamos ter o titulo na mão. mas não, graças ao Roth não ;~


agora se focar na libertadores ;~



beijos

Coordenação Departamento Doutrinário da FERGS disse...

Sem palavras!
Amo demais os meus dois gatos e jamais faria mal a gatos, porém, no domingo(no estádio do vitória) se eu tivesse a sorte de achar um gato morto, daqueles bem gordo e pem pesado - daria com ele na cara do Celso R até o gato ressuscitar!
Celso um recado pra ti, eu amo o Grêmio, mas tu não foste nem padrasto chapado, tu foste uma M.
E agora tchê? Vou ter que suportar aqueles outros que provavelmente ganharão a Sul Americana! Entrando no mundo dos sonhos, vou relembrar a segundona e imaginar que os dois últimos jogos serão nos AFLITOS e que nós levantaremos a taça! Só cairei na real depois do fim do brasileirão. Assim dói menos.
Guga um grande abraço!

Rica Retamal disse...

É... se foi o sonho... mas eu lembro da enquete que tu colocou aqui no começo do Brasileiro... eu votei que iriamos ficar lá pelo 15º lugar... então, racionalizando o pensamento, estamos num lucro enorme...
Não temos time, não temos treinador... tudo que vier é lucro...
Agora é botar a cabeça no lugar e lutar pela vaga na Libertadores.
Nem São Paulo, nem Palmeiras, nem Cruzeiro, nem Flamengo... o maior problema do Grêmio nesse campeonato é o próprio Grêmio...

E agora mais essas histórias das ameaças e brigas na Geral, uma torcida que teoricamente seria "imune" a esses problemas...
Só decepção ...