segunda-feira, 5 de julho de 2010

E Maradona fez o que pôde

É notável o decaimento técnico do futebol argentino.
Por mais que Messi seja um jogador de nível superior, Tevez seja excelente, assim como Verón ou Heinze, mesmo que as cifras das transferências dos argentinos continuem absurdamente imensas, não há como não sucumbir em uma Copa do Mundo montando uma equipe com tantos jogadores abaixo da crítica no 11 inicial.
Talvez possa se condenar Maradona por ter levado este grupo, mas dificilmente outro treinador faria uma melhor combinação de talentos.
Talvez possa se culpar Maradona também por insistir com o risível Higuaín, ao invés de por a la cancha Diego Milito, o atacante que levou - junto a Sneijder - a Inter de Milão a levantar o caneco da Champions League. Sim, neste caso, talvez.
Mas tão somente "talvez", porque mesmo montando a frente com Milito e até mesmo o genro Agüero a fragilidade defensiva da seleção seria imensa.
Jogadores como Jonás Gutiérrez, Demichelis e Otamendi fazem parecer Rafael Marques, Ferdinando e Fábio Santos cracaços de bola.
Não há equipe que sobreviva em um médio ou longo prazo a tantos jogadores ruins assim no time - e foi simplesmente isso que aconteceu à Argentina. Estourou seu prazo na Copa do Mundo, atingiu uma fase alta da competição, que exigia um pouco mais de seus defensores, contra uma Alemanha equilibrada taticamente e sem jogadores abaixo da média no seu 11 - sem nenhum cracaço, como a Argentina tem em Messi, mas sem pernas-de-pau.
Deu no que deu.
Tivesse Maradona escalado Milito e/ou Agüero, não seria 4 a 0, mas 4 a 2, e a decepção com a desclassificação seria igual.
River Plate está à míngua há anos, Boca Juniors em estado falimentar, não foi à Libertadores este ano, nem vai ano que vem, pelo visto.
Banfield campeão argentino, Argentinos Juniors também, Godoy Cruz quase, Lanus virou "equipe grande", o Racing, La Academia, há tempos não assusta ninguém, Independiente idem.
Se apequena o país do futebol...
Será?!

- 10 mil recepcionam a Seleção Argentina em aeroporto

Com uma torcida como esta, basta organização - e o problema se espalha: são os dirigentes...

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