segunda-feira, 19 de julho de 2010

Fato: o Grêmio, hoje, é, quando muito, médio

Não adianta sapatear, é verdade.
Se apequenou a nossa grande paixão - um time de glórias, lutador, que intimidava adversários e fazia com que jogadores e treinadores o quisessem no currículo.
Pelo menos é o que sempre transpareceu, o que sempre observei das décadas de 1980 e 1990. Aqueles mais antigos, por favor, falem de antes pra confirmar ou para derrubar a tese...
Claro que no comparativo com o "eixo do mal" do futebol (RJ-SP), na disputa de bastidores, em sua maioria éramos subjugados, mas obtíamos, sim, algumas vitórias em quedas de braço por jogadores, por exemplo. Hoje, basta um outro clube estilo Fluminense, Botafogo ou Atlético-MG entrar na disputa e perdemos feio, mesmo oferecendo mais.
Mas quando que começamos a perder o trem da história?
Oras bolas, muito fácil: com Cacalo sendo levado à presidência.
Cacalo é uma figura interessante. Tem o espírito do Grêmio - pelo menos aquele que tínhamos -, brigador, linha de frente, entendedor de futebol. No entanto, pertencente a uma elite tradicional no clube, da turma do mais do mesmo, de sempre.
Tenho em minhas mãos uma revista antiga do Tricolor, da década de 1950, numa seção da mesma, constante crianças torcedoras, está lá o jovenzinho Luís Carlos Silveira Martins. Nada de errado quanto a isso, nunca. Não há juízo de direito quanto a essas participações, assim como também os nomes de Flávio Obino, Fernando Kroeff e outros nomes/sobrenomes conhecidos se sobressaem na revista, por entre campanhas de marketing social infinitamente superiores as de hoje - tanto em benefícios quanto em sedução.
Garanto que todos estes deram suas contribuições para fazer com que o clube chegasse ao patamar mundial. Garanto que a família Cacalo foi indispensável para o crescimento do Grêmio. Até mesmo a figura hoje famigerada de Obino foi parte decisiva para alcançarmos o topo. E o que dizer de Rafael Bandeira dos Santos? Sempre foi de todo ruim para o clube?
Acontece que nada dura para sempre.
A menção a esta revista apenas serve para trazer à tona a reflexão de que os mesmos de sempre continuam dentro do clube década após década em combinações diferentes.
E ninguém percebe que esgotou?!
Gosto muito da figura do Cacalo como torcedor, debatedor e até mesmo conselheiro ou dirigente de futebol, mas a derrocada começa ali, na passagem do bastão da presidência, "negociada" numa eleição dentro da nobreza Tricolor.
Depois dele, vem Guerreiro, com suas alucinações dinheiristas, privatistas, sim, e capitalistas, e tratou de acabar com o clube.
Na sequência, sempre, mais do mesmo. Novamente uma rotação de nomes conhecidos, que faz chegarmos, hoje, ao local onde estamos: na mediocridade.
2010 praticamente acabou.
O Grêmio não tem planejamento de futebol há anos, e a luta contra o tri-rebaixamento é uma realidade infeliz.
Está na hora de mudar de verdade, de se dar espaço a outras pessoas, de mea-culpa e humildade para largar o osso - afinal, não há necessidade de tanto sacrifício assim de poucos, não é mesmo? Não é o que se diz? Dos abnegados? Não há remuneração para os cargos de diretoria, não deve ser tão difícil abrir mão, então.
Os tempos são outros, a realidade é outra, a tecnologia está aí, e qualquer piá de 14 ou 15 anos que joga Football Manager sabe mais de futebol, das disponibilidades do mercado, do que o Meira e toda a catrefa.
Sobre táticas de jogo e o Silas então... Bah!
Quando se achava que conhecíamos o fundo do poço, eis que o chão se abre e despencamos mais um pouco.

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