Ele passeia de ônibus, olhando pela janela as ruas escurecendo, o movimento se tornando amarelo pelas luzes que começam a se acender de todos os lados.
O motor do ônibus soa compondo uma sinfonia urbana, misturada com as inserções de buzinas e com o som da catraca reco-reco a cada passageiro novo que adentra na "zona paga" do coletivo.
Está introspectivo, pensando. Aquilo tudo é música aos seus ouvidos, é harmonioso.
Mas o concerto que ele contempla é de repente interrompido por uma interferência horrível, de altos decibéis, que vem de dentro do próprio ônibus. São bancos mal fixados em frente à porta traseira, que parecem ter vida, e a cada buraco do corredor da avenida gritam desesperadamente para que os parafusos se soltem e, então, possam finalmente voar livres pelos ares do coletivo.
As poucas pessoas se assustam, o rapaz levanta-se, vai em direção ao cidadão-cobrador:
- Vem cá, tchê! Vocês recebem insalubridade?! - pergunta ele provavelmente provocando o funcionário da empresa pública, pois aquele barulho todo certamente causaria danos ao aparelho auditivo se a pessoa convivesse com isso com certa freqüência.
O trocador - no carioquês - "deu de ombros" e respondeu:
- Ah, pois é. Votaram no cara, agora vão ser mais quatro anos disso...
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Fragmentos do dia-a-dia
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2 comentários:
Hoje à tarde, em protesto contra o projeto Pontal do Estaleiro, estudantes, ambientalistas e entidades do município ocuparam o plenário da Câmara de Vereadores, entoando palavras de ordem contra os edis favoráveis ao empreendimento.
Leia mais em http://salveopampa.blogspot.com/
Pois é. mas o carioca poderia ter ficado...
enfim, temos que ganhar domingo!
beijos
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