Enquanto a prefeitura faz seu jogo de cena, passando a imagem para a imprensa de que está preocupada com as questões do bairro Cristal e demagogicamente levanta a questão de um plebiscito e depois patrola na Câmara de Vereadores a aprovação do projeto do Pontal do Estaleiro, a realidade bate à porta de uma comunidade de 30 mil habitantes.
Hoje teve audiência pública sobre a situação da saída (ou "ficada") das famílias no bairro.
Explique-se: com a expansão do shopping e outros projetos imobiliários, várias vilas da região ou estão sendo removidas, ou reassentadas no bairro.
Para quem desejar ficar, estes terão que aceitar o planejamento urbanístico feito pela prefeitura, que construirá diversos prédios de apartamentos e vilarejos populares.
Aqueles que desejarem sair devem aceitar um bônus de 40 mil reais para seguirem seus próprios caminhos.
Acontece que praticamente nada vem sendo tratado com a comunidade. Há um abandono completo com relação ao que se fará com centenas de pessoas - a prefeitura literalmente deu de ombros e virou suas costas. Na época do período eleitoral, varios dos bônus foram rapidamente distribuídos e diversas famílias realocadas (talvez isso também explique o alto índice eleitoral atingido por Fogaça naquela região durante a última eleição...). Agora, os próprios líderes comunitários que apoiaram a reeleição do prefeito postulam indignação em frente à plenária. Hoje, estiveram presentes mais de 120 pessoas na associação do bairro, sita à Rua Curupaiti.
120 moradores das mais diversas vilas do Cristal.
Algum membro da prefeitura???
Não.
O coordenador do Orçamento Participativo da região era uma daquelas pessoas mais próximas à estrutura administrativa municipal presentes.
"Mas eles foram informados dessa reunião?"; "Convidados."; "E por que não vieram?"; "A Clênia Maranhão... O Clóvis Magalhães... Foi tudo articulado, telefonamos, marcamos, mandamos e-mail... Mas surgiu compromisso de viagem internacional."
Claro, como não?
Vai sair um condomínio de luxo ali no Pontal do Estaleiro, não? Padrão, o quê, mesmo? I-n-t-e-r-n-a-c-i-o-n-a-l.
A la Miami, talvez.
Quem sabe assim o "grande" investimento feito no Barra Shopping se pague, porque, do jeito que se está tratantado do tema, parece urgente levar moradores de classe A para perto do caixote hípico. Será que as lojas no Barra estão fechando?
Se sim, por quê será?
O fato é que as pessoas estão de saco cheio do descaso.
Mais mobilização da população parece estar a caminho.
Veremos os próximos capítulos...
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