terça-feira, 12 de maio de 2009

Grêmio x Santos, no último domingo, tem grandes chances de ter sido jogo histórico

Explico.
Alguma vez, neste país, se registrou alguma partida em que havia mais mulheres dentro do estádio do que homens?!
Se não, domingo tivemos este primeiro episódio na história do futebol brasileiro, quiçá, do futebol mundial.
Pois vejamos:
Havia 45 mil pessoas no estádio.
25 mil pagantes (entre sócios, meio-sócios, cadeiras e camarotes).
20 mil não pagantes. Destes, tiram-se os menores e convidados, que sempre aparecem no borderô em torno de 3 mil (mesmo que haja mulheres no meio), e sobram 17 mil mulheres que adentraram os portões pela promoção do dia das mães.
Se tivermos entre aqueles pagantes 6 mil mulheres entre sócias, locatárias de cadeiras e de camarotes, bom, confirma-se estatisticamente que havia mais mulheres do que homens presentes no estádio. No visual isso já chamava a atenção, agora que a ficha me caiu, percebo que talvez estejamos frente a um evento inédito na história do futebol...
Alô marketing Tricolor!!!
Que bola picando, hein?

Dá-le!!!

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Mesmo assim, parece que a organização não foi muito boa e há quem condene o que aconteceu no Olímpico. Segue e-mail recebido pelo Boteco Tricolor na íntegra:
(aqui faço a observação de que não concordo com o que está escrito no e-mail, mas reservo o direito de outras pessoas se expressarem com seus pontos-de-vista. Isso está aqui para suscitar o debate mesmo)

Colegas gremistas,
acabei de voltar do Olímpico em um jogo que não representou estar no Olímpico. Assuntos de campo à parte, minha reclamação se dirige ao péssimo tratamento que o torcedor recebeu no jogo contra o santos, o qual beirou ao caos, em total desconsideração aquele que paga suas mensalidades em dia.
A direção do clube de forma desastrosa, demonstrando completa desorganização, liberou a entrada para mulheres. Até ai, tranquilo, poderia, aliás, parecer até uma atitude normal. Ocorre que a medida, sem adentrar no mérito acerca da liberação de entradas para indivíduos em razão de determinada característica (ser mulher), mostrou-se aplicada de modo completamente amador e irresponsável.
O número de mulheres, somando-se aos demais torcedores (sócios e não-sócios), ultrapassou a ingênua expectativa da direção. Eles se esquecem que se trata da torcida do Grêmio. Não vejo outra explicação para explicar o procedimento completamente equivocado, o qual desprezou a força de presença da torcida feminina e de não sócios. Convenhamos, o mínimo que se espera é que assegurem a entrada ao estádio de todos os sócios adimplentes.
Esquecem que são os sócios que vivem o clube, pagam sua mensalidade, acompanham o dia-a-dia do tricolor. Agem de acordo com suas obrigações de sócios. Mas a direção não cumpre com as suas obrigações de gestores.
Eles não possuem um DNA diferenciado, que lhes garante um gremismo superior ao dos meros plebeus do concreto. Estão gestores, parafraseando o padreco Tite. Os sócios que cumprem com aquilo lhes asseguraria - numa gestão profissional de qualquer associação - o exercício do direito básico de assistir o Grêmio em sua casa, ou ao menos adentrar no olímpico sem se ver espremido na multidão que ali (todo o estádio!!!) se formou. Beira a debilidade organizacional!
Quanto aos não-sócios, não se está questionando quem é mais gremista, e sim quem tem atitudes nesse sentido (sendo sócio, por exemplo).
Assim, empurrar goela abaixo um expressivo número de mulheres na hora do jogo, que mal sabem o que estão fazendo ali (não me refiro a todas), em detrimento dos sócios, não pode ser admitido na gestão do Grêmio.
Isso é de um amadorismo inacreditável. Sinceramente, chego a suspeitar de algum motivo escuso, programado, que justificasse a escancarada postura amadora e despreocupada com o sócio. Realmente não dá para imaginar qual seria. Se houver, mesmo, outra justificativa que não seja a perceptível falta de conhecimentos mínimos de gestão de um clube (estamos falando do Grêmio) por favor, expliquem!
Querem liberar entradas para muilheres, no dia das mães, de forma excepcional, justo. Mas façam de forma ordenada. Por que não reservaram um número x de ingressos, de acordo com quadro societário e expectativa coerente de público, para que as torcedoras retirassem durante a semana, por exemplo. É tão difícil pensar nisso? Estas, inclusive, mostrariam um mínimo de interesse em ver o Grêmio, pois compareceriam previamente para retirar o seu ingresso - em número limitado, evidentemente.
Como meu irmão bem referiu, com todo respeito ao povo nordestino, só faltaram gritos de caza, caza, caza nos autofalantes do monumental, em um jogo do Tricolor que mais parecia um treino da seleção no aterro.
Assim, conclui-se que o tão falado planejamento, quando se trata do torcedor comum (leia-se, aquele que não está na confortável poltrona da tribuna), não tem relevância.
De que adianta os tais programas de benefício lançados recentemente aos sócios, se nem conseguem garantir a entrada destes na cancha.
Por que não liberaram mulheres nas tribunas do Olímpico?
Parece que o tal apelido de Rainha da Inglaterra dado ao presidente não surgiu por acaso, pois custa a crer que ele tenha concordado com esta boçal atitude.
Com estratégias assim, abdica-se do verdadeiro torcedor gremista.
CHEGA DE AMADORISMO!!!

Luciano Borghetti,
Mat. n.º 64865

4 comentários:

Anônimo disse...

"Assim, empurrar goela abaixo um expressivo número de mulheres na hora do jogo, que mal sabem o que estão fazendo ali."

Que absurdo. Comentário completamente machista e preconceituoso.
Então, tu cabra macho, é mais torcedor pq é homem!
Tu que tem para pagar todo o mês para ser sócio tem q ser tratado a caviar, enquanto os outros têm de se esfolar.
O que me pareceu foi q o rapaz ficou acuado com duas coisas:
O povão todo misturado à ele, o grande torcedor sócio e seus privilégios, tendo que se misturar com a ralé.
E acuado por um bando de mulheres que poderiam ter ido passar o dia no shopping, lavar uma louça ou passar as camisas do marido, mas que inventaram de ir ao estádio (diz ele desconhecendo o porque deste fenômeno)e atrapalhar o jogo do baita macho!!!!

E para completar, não querendo ser preconceituosa com os gaúchos machos claro, destilou no final o gauchismo barato citando os nordestinos, só para variar pq gaúcho macho não tem preconceito contra ninguém.

Não acredito q isso foi publicado aqui, mas tudo bem!!!!

Mulheres, agora já sabem. Deixem o estádio para os senhores machões, tratem de ir fazer compras, pq a gente quando vai ao estádio é pq não tem mais o que fazer, pq é de graça....

Como citado no primeiro post sobre o tema, foi um jogo histórico!!! Muito bonito de ser ver!!!
E pense por outro lado, em uma família de 3 pessoas, como a minha, ir ao estádio eu, meu marido e minha filha em todo jogo seria algo para estourar o orçamento familiar, ainda mais pagar para nos associarmos! Então, um jogo em que tenha uma facilidade dessas, seria ÓBVIO que o número de mulheres iria quadruplicar!!!!


sil

Anônimo disse...

"só faltaram gritos de caza, caza, caza nos autofalantes do monumental"

não entendi. q significa isso?

Guga Türck disse...

Sil, o e-mail não reflete a opinião do blog. Pelo contrário.
Mas ele enviou assinado, com matrícula, inclusive, para o e-mail do Boteco. É um outro ponto-de-vista e merece também ser registrado, por pior que possa parecer. Nem que seja para a gente debater, saca?
Olha só que beleza este teu comentário que isso estimulou... Inclusive, vou colocá-lo como post na sequência, ok?

Saudações Tricolores!

Anônimo disse...

imagina o que ele diria de mim.. que sou uma mulher e socia-remida... não pago mensalidades mas tenho os mesmo "privilegios" dele!