domingo, 3 de maio de 2009

Hiltor Mombach dá aula de manipulação de números

Como estudioso da comunicação que sou - com ênfase em Semiologia - e apaixonado pelo futebol, muito crítico com o "jornalismo" esportivo, não poderia deixar passar esta pérola lapidada pelo Mombach no Correio de domingo:

DAS TORCIDAS
É tido como verdade verdadeira e incontestável o fato de que, quando um time vive anos de ouro, empilhando conquistas importantes, aumenta consideravelmente sua torcida. Quando o Inter foi tri do Brasileiro, na década de 70, pregou-se a extinção da torcida gremista e um crescimento fantástico da torcida colorada; quando o Grêmio conquistou a Libertadores e o Mundial, na década de 80, deu-se o inverso.
Em nível nacional, esta verdade verdadeira e incontestável não se confirma. Grêmio e Inter alternaram altos e baixos nos últimos anos, mas, segundo o Datafolha, a diferença percentual entre um e outro manteve-se quase sempre a mesma, de 1 ponto. Na última pesquisa, o Grêmio aparecia com 4% e o Inter com 3%.
Se não há dados confiáveis para se avaliar o sobe e desce das torcidas no Rio Grande do Sul – pesquisa de 2008 do Datafolha apontou o Grêmio com 46% da torcida no Rio Grande do Sul, contra 36% do Inter –, podemos buscar em outro centro, São Paulo, informações mais precisas. Aqui, esta verdade verdadeira e inconteste também não se confirma.
Na década de 90, o São Paulo começou uma arrancada que daria três Mundiais, três Libertadores, duas Recopas, uma Conmebol, uma Supercopa da Libertadores, uma Supercopa da Conmebol e quatro Brasileiros.
Pesquisa Folha de São Paulo/DataFolha de 1991 apresentou o São Paulo com 21,69% da preferência da torcida paulista. Dez anos depois, pesquisa Lance!/Ibope deu o São Paulo em segundo com 23,58% e, no ano passado, pesquisa da Folha de São Paulo/DataFolha manteve o São Paulo em segundo lugar com 22,2%.
Em nível nacional, o São Paulo, que tinha 7% da torcida em 1993, saltou para 8% em 2008. Aumentou 1 pontinho percentual.
Orgulhosamente, o Grêmio estampava em seu site até dias atrás uma pesquisa de marcas mais lembradas onde caiu de 52,3% em 2008 para 49,5% em 2009 e viu o Inter crescer de 38,8% para 42,9%. Não há nada para comemorar: o Grêmio terminou 2008 com 13,5% percentuais à frente do rival e começou 2009 com 6,6%. O Grêmio foi 2,8% menos lembrado e o Inter, 4,1% mais. O resultado final é de 6,9% contra o Grêmio.


É "impressão" minha ou ele diz que quem "vence" essa disputa não é quem termina em primeiro na pesquisa?
E este exemplo pode ser, sim, bem comparado com o que os "jornais" do nosso estado costumam fazer com pesquisas, números e especulações no campo político...
Tirem suas conclusões.

8 comentários:

Fabrício Leal disse...

Por essa teoria do colunista, se o coloradinho chegar à decisão do Gauchão no ano que vem, o time adversário pode perder por até 6 gols de diferenca que será campeão... ou será que só vale pra um lado?

Anônimo disse...

(Jorge Nogueira)

Eu já disse q prefiro ser a segunda torcida do q a torcida de Segunda! KKK

Unknown disse...

Hiltor Mombach é colorado. Após o término do gaúchão ele ficou uma semana tocando flauta no grêmio, é só pesquisar!! Ele desqualifica a pesquisa da top of mind, com a intenção de flautiar o grêmio, só não vê quem não quer!! Hiltor Monbach é mais um daqueles jornalistas esportivos colorados que "cresceram" depois de 2006, tipo luis carlos rech, wianey carlet, nando gross, entre outros.
Abraços!!!

Rodrigo Cardia disse...

O Jorge Nogueira prefere "ser a segunda torcida do que a torcida de segunda", só que na minha opinião isso se equivale: "torcida de segunda" quer dizer que ou é de segunda posição, ou é de segundo nível - o que faz todo sentido, se considerarmos que os colorados só começaram a torcer pelo Inter mesmo nos anos 2000 (e isso se verifica mais a partir de 2005, até ali a preocupação maior era torcer pro Grêmio "sifu"). Na década de 90, como todos lembram, a prioridade deles era secar o Grêmio. Ou seja, o Inter era a segunda preocupação deles, a primeira era o Grêmio. Logo, "torcida de segunda" é a deles.
Eu sou GREMISTA (e basta isso, não preciso ser anticolorado), pertenço não só à primeira torcida, como também a uma torcida de primeira, que dá espetáculo e é imitada por várias outras no Brasil.

Anônimo disse...

(Jorge Nogueira)

O camarada Rodrigo entendeu a definição do "torcida de segunda" mas daí utilizou de uma relação absurda para querer jogar em cima dos colorados a definição, dando a entender q estes só passaram a torcer pelo Inter nos anos 2000, como se ñ fossem colorados antes disso, e fazendo de conta q eles ñ secam o Campeão de Tudo. Até o Renato fanfarrão disse q secou o Inter contra o Barça e basta acessar as comunidades do Orkut para ver q os Segundinos estavam secando o Campeão de Tudo na final da Sulamericana, embora enchessem a boca q estavam disputando coisa melhor. Aliás o próprio camarada Rodrigo já afirmou em seu blog q se sente incomodado com as conquistas do Campeão de Tudo. KKK
Faz parte da rivalidade a secação!

Rodrigo Cardia disse...

O Jorge colocou na minha boca palavras que jamais disse. "Aliás o próprio camarada Rodrigo já afirmou em seu blog q se sente incomodado com as conquistas do Campeão de Tudo." - nada mais mentiroso, o que me incomoda são momentos ruins do Grêmio.
Ah, em tempo: meu time, ganhe o que ganhar, continua a se chamar GRÊMIO, bem diferente de outros que têm uma enorme necessidade de auto-afirmação...

Anônimo disse...

Pioneiros, o Nando Gross é gremista confesso.

Villas disse...

Não, caro anonimo-vermelho. Os únicos Grêmistas da Gaúcha/RBS são Pedro Ernesto (que já virou Pedro Hernesto FC há muito tempo, inclusive tendo estado na folha de pagamento do Inter no fim dos anos 90), Marco Antonio, Zé Aldo, David Coimbra, Zini Pires, Santana, Lauro Quadros, Boáz e Lucianinho. (Isso é informação, não é chute.) O resto, pode ter certeza, não torce pro Cruzeirinho... Nando Gross, o mais recalcado de todos, é colorado, como o Hiltor. A tradiçao da imprensa de maioria vermelha começou em 1909, com o fundador do Inter, coincidentemente, também fundador do Círculo de Imprensa...
E olha que a Gaúcha é a única rádio esportiva em atividade que, ao menos, contrata gremista...