O Grêmio precisa de um treinador que acabe com esse 3-5-2

E, urgentemente, necessita de um preparador físico. Em determinado momento do primeiro tempo, quando o Tricolor fazia uma verdadeira blitz no Santos, a bola vinha para o ataque e a defesa santista espirrava a bola de volta, conseguimos engatar 3 ataques velozes, mas na quarta, quando do rebote, já se notava que o nosso meio segurava a bola, "acalmando" o jogo... Dava pra notar, nitidamente, que faltava fôlego.
Aliás, este ano está marcado pela falta de um profissional competente nessa área. Estamos vivendo de substitutos. Saiu o excelente Flávio Oliveira - que foi para o Corinthians, mas acabou, depois de um mês e meio, no Santos(!?) -, entrou o substituto Beto Ferreira. Depois, com a saída do Roth, caiu ele e entrou o substituto do substituto. Daí não dá, né? Vamos combinar...
É só ver o substituto de treinador, que não consegue ousar, seja por insegurança, talvez seja por pressão, ou então, o que seria muito pior, seja por convicção.
É necessário se acabar com este esquema de 3 zagueiros que não fornece uma proteção sequer para a zaga. O meio defensivo é um buraco, porque nem Tcheco, nem Adílson trabalham como primeiro-volante. Os alas sobem todas as vezes e a bola nas costas é uma realidade. O que acontece? O ataque adversário sempre pega de frente os zagueiros, que muito pouco podem fazer - a não ser faltas e, com muita sorte, um desarme.
A história recente do 3-5-2 no Grêmio já nos conta que este é um esquema que logo ali na frente se esgota. Tite o empregou lá em 2001 e conseguimos surpreender o país na Copa do Brasil, patrolando todos os adversários. Acontece que, posteriormente, essa formatação ficou manjada e chegamos a amargar 14 ou 15 jogos sem vitória! Tudo isso pelo cabeça-durismo do mesmo Tite, que teimava em não abrir mão do esquema.
Quem não lembra daqueles tortuosos tempos, quando tínhamos um belo grupo de jogadores, mas o esquema não os fazia jogar, daí surgiram problemas internos, boataria, sacanagem, culminando com o famoso episódio das ovelhinhas, que um diretor, na cobrinhagem, deixou um celular ligado em uma reunião interna para uma emissora de rádio...
Pois este 3-5-2 do Celso Roth, que permanece sendo empregado no jeito do time jogar, se esgotou já lá no ano passado, depois da metade do Brasileirão. Foi por isso que perdemos o campeonato e é por isso que estamos patinando ainda este ano.
Se é verdade que um esquema faz um time jogar bem, a premissa também funciona ao contrário. Felipão fez jogadores risíveis se transformarem em monstros dentro do campo exatamente porque ele armava um jeito do time jogar que potencializava as virtudes de cada peça que ele tinha nas mãos. Lembram do Luciano? Fraquíssimo, não deixava o Edmundo jogar nos embates com o Palmeiras. E este é apenas um dos exemplos. Aposto que todos os gremistas que viveram aqueles momentos de meados da década de 1990 têm em mente pelo menos um ou outro jogador fraquinho que passou a jogar muito nas mãos do mestre.
Infelizmente a mentalidade do cabeça-durismo está ainda impregnada no nosso comando técnico. Ontem o Rospide chegou a reeditar o famigerado 3-6-1, sacaneando o Alex Mineiro, chamando o Santos para o nosso campo e se tornando o grande responsável pelo péssimo resultado. Perder pontos em casa, para um time inferior, um time que, na minha opinião, briga pela 10ª ou 9ª colocação, logo de cara, compromete o campeonato.
Muito cedo?
Não em um campeonato de pontos corridos como é o Brasileiro. Não é nas últimas rodadas que se define quem sai campeão...
Mas seguimos, agora com a obrigação de recuperar estes pontos contra adversários mais fortes, fora de casa.
Que venha Paulo Autuori de uma vez por todas, e um preparador físico!

Dá-le!